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TVTEC Blog com Pedro Fávaro Jr.
25
setembro 2017

Assistir vídeos na web, realidade que avança

Leia mais Análise

Por Pedro Fávaro Jr.

Depois de um final de semana com expectativa sobre o fim do mundo, voltamos à normalidade que, para não ser chata e entediante, pede reflexão e equilíbrio, pede consciência crítica sobre quem somos e sobre quem são os outros para nós. E também sobre as pressões que nos cercam na economia, política, nas ciências e na tecnologia.

87% dos usuários de internet no País assistem TV conectados à web

Abordo aqui o avanço da tecnologia digital. Vídeos na internet são o assunto dessa postagem ou reportagem, chame como quiser.  O consumo de vídeos pela internet, no Brasil, cresceu 90,1% nos últimos três anos. O dado foi levantado em pesquisa da Provoker para o Google e a Meio & Mensagem, divulgada recentemente. Nela, ainda, registra-se o fato de que 87% dos usuários de internet no País assistem TV conectados à web – ou seja, divide sua atenção com duas telas.

O levantamento – segundo informou o site do Meio & Mensagem – foi realizado durante o mês de julho de uma amostragem com 1.500 participantes de todas as regiões do Brasil. Deles, 86% informaram assistir vídeos online ao menos uma vez por mês.

Mas quais os motivos que levam as pessoas a assistir vídeos na internet?

Dos entrevistados na pesquisa, 83% responderam buscar conteúdos que não encontram na TV, enquanto que 46% informaram que não puderam assistir o que acessaram em vídeo na internet, quando passou na TV. E outros 19% disseram buscar conteúdos para saber mais o que viram na TV.

Outro dado relevante foi a quantidade de tempo disponibilizado pelas pessoas. 22,6 horas para a TV e 15,4 horas para a web no mês. Delas, 84% usam smartphones para ver os vídeos. Entre os que possuem smarTVs, 64% declararam que assistem o YouTube nesses aparelhos. Ainda de acordo com o levantamento, em apenas três anos, o consumo de vídeo na web cresceu 90,1%. No mesmo período, o consumo de TV cresceu 3,1%.

Num movimento detectado desde o final do ano passado, corroborado pela pesquisa mencionada aqui, especialistas acreditam que os vídeos online serão responsáveis por mais de 80% do tráfego de internet até 2020, uma ameaça concreta, portanto, para a televisão tradicional. Mais ainda, os mesmos especialistas avaliam que os nativos digitais que devem liderar, também, a transição da TV paga para o streaming.

Em publicação de março deste ano, o Link, citando outra pesquisa realizada pelo Google, informa que atualmente o mundo todo assiste a mais de 1 bilhão de horas de vídeo todos os dias no YouTube. Pondera que é como se todos os 7,5 bilhões de habitantes da Terra tivessem uma cota diária de oito minutos de vídeos no serviço. Se a estatística considerar só os conectados – cerca de 3,4 bilhões de pessoas, segundo a União Internacional de Telecomunicações –, essa taxa salta para 17 minutos de vídeo por dia.

A mesma reportagem, do jornalista Bruno Capelas, informa que o serviço de streaming Netflix exibe séries e filmes por 116 milhões de horas todos os dias, enquanto a ferramenta de vídeo ao vivo do Facebook registra o consumo de mais 100 milhões de horas de vídeo diárias. As métricas das três empresas mostram o potencial da internet para o consumo de vídeos e como isso pode mudar profundamente nossa relação com a TV na próxima década.

Conclusão

A mudança que se constata está, a meu ver, na sequência da evolução das tecnologias digitais que, há muito, exige mudança de atitude dos jornais impressos, do mercado de livros e que chega como um tsunami ao mercado televisivo. O mercado de livros, com humildade, aceitou fazer par entre o impresso e os e-books e comercialmente adaptou suas vendas à internet, com prontidão e agilidade, sem abrir mão de suas características, da classificação de gêneros e de outros traços próprios.

Os jornais e revistas, a mídia corporativa impressa, parecem ainda não ter encontrado uma nova voz para continuarem presentes no mercado, em parceria com as novas tecnologias. Há momentos em que as grandes publicações sucumbem por não aceitarem e nem buscarem um novo papel (com o perdão do trocadilho), em que o protagonista passa a ser quem está mais perto da informação verdadeira, real.

Veículos tradicionais impressos morrem por continuarem a se achar os detentores da verdade, da melhor informação, por acreditarem arcaicamente ser ainda o 4º poder e por encararem o mercado consumidor como um conjunto de receptores que precisam receber as coisas mastigadas, apegando-se pedantemente a um modelo de comunicação ultrapassado. Quando não fazem o contrário, achando ser lampejo de pós-modernidade, e morrem por assumirem a linguagem da web no impresso, replicando notícias velhas de internet ou esvaziando-se como apenas mais um participante, um autor de posts na ebulição das redes sociais. Desse modo, desaparecem nelas e fora delas. Não encontraram ainda uma linguagem original para o século 21 que talvez seja o jornalismo literário ou análise pessoal e emocionada que encanta qualquer leitor. A televisão tende a ir para o mesmo buraco do ostracismo, caso não encontre uma alma, um caráter, uma maneira de ser que a sustente nas redes sociais, nas cibervias.

***

Num próximo texto, vamos falar de como pais e mães, professores e educadores, filósofos, sociólogos e psicólogos, os cientistas e líderes religiosos, os líderes políticos e o cidadão comum precisam, antes de se sentirem escandalizados com esse mundo novo construído via redes sociais e tecnologia digital, encontrar meios de aperfeiçoar e viver com e nessa nova realidade. Meios de fazer com que ela, capaz de proporcionar a comunicação pessoal, imediata e global, não torne o indivíduo cada vez mais isolado e incomunicante.

O mundo vê mais de 1 bilhão de horas de vídeo todo dia no YouTube



Os comentários para este artigo já foram encerrados.

Quem já participou (2)

  • pfjunior disse:

    Obrigado pela atenção e comentários, Antônio Carlos.
    Especialmente levantando a questão das variantes da produção com as mídias impressas.
    Falta ainda uma boa discussão sobre o papel do rádio também.
    Abraço.

  • Antonio Carlos Nascimento Pereira disse:

    Ola Pedro.
    São números realmente impressionantes e tendem a crescer, não pára mais.
    O you tube é uma grande enciclopédia onde busca-se algum conteúdo de interesse. O consumidor tem a liberdade de busca e está sujeito também a anúncios veiculados. A diferença entre a midia tv é que esse ultimo entrega uma programação pronta focada em publico alvo e que se busca uma audiência para obter e justificar a veiculação paga de anunciantes. A TV não oferece interatividade, porém o you tube oferece interatividade reativa, que é interessante pois cria-se através dos comentários a possibilidade de um complemento daquela informação.
    Acho que ninguém mais quer ser passivo diante de uma tela, somente ouvir e ver um conteúdo imposto. É a liberdade da escolha de buscar o que interessa.Mas não acredito no desaparecimento desse modelo, haja vista também a gigantesca indústria por trás disso.
    A midia impressa,jornal, essa tende sim a desaparecer como você citou, e também, permita-me, a questão ecológica e todas as variantes dessa produção, consumidoras de muita energia, celulose, petróleo e poluição. Já com as revistas por terem outra dinâmica pode ocorrer também seu desaparecimento mas com uma velocidade menor comparada ao jornal.
    E não podemos esquecer que a Internet é paga e seu acesso é condicionada a operadoras que em muitos casos monopolizam a região, é um modelo ainda excludente.

Link original: https://tvtecjundiai.com.br/tvtecblog/2017/09/25/assistir-videos-na-web-realidade-que-avanca/

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