Comunicação, identidade e legitimação
Leia mais Tecnologia ▪ geladeira literária ▪ Pedro Fávaro Jr. ▪ Rede TVTEC ▪ TVTECPor Pedro Fávaro Jr.
Vou falar de novo de fenômeno de Comunicação ocorrido com o Programa Geladeiras Literária,uma das iniciativas da Prefeitura do MunicÃpio para comemorar os 362 anos de JundiaÃ. Que delÃcia! Para um jornalista, escritor e leitor viciado é confortante saber que nos terminas de ônibus (também sou usuário do transporte coletivo) existem geladeiras cheias de livros, de tÃtulos que você pode escolher, levar pra casa e depois devolver em qualquer terminal sem pagar nada. É muito estimulante e gratificante, ainda mais nesses tempos de, como diz a NET, “multitelar”. A maneira como a iniciativa foi vista e avaliada me leva a falar de Comunicação, identidade e legitimação.
O fenômeno está ligado à maneira como as pessoas viram a iniciativa e opinaram sobre ela, nas mÃdias sociais de alguns veÃculos e nas da Rede TVTEC, especialmente no Facebook. Um fenômeno psicológico? Um fenômeno de marketing? Um fenômeno de Comunicação Social? Um fenômeno de linguagem? Creio que se possam associar todos esses fatores.
Primeiro, pode-se dizer tratar-se de um impacto de linguagem e psicológico porque houve uma preparação pelas mÃdias para apresentar o projeto.E existe todo o apelo visual das geladeiras e dos livros, dos tÃtulos apresentados nelas.Tudo envolvendo a comunicação de massa e interpessoal, porque as pessoas comentam aquilo que veem, tocam, ouvem, cheiram.
E cada uma interpreta a geladeira literária conforme suas crenças e valores, adquiridos no percurso de sua história, na escola, na famÃlia, nos embates da vida, com vitórias e fracassos. Claro, o apelo das geladeiras é um apelo acolhedor, positivo, especial do ponto de vista do comunicador. Mas a maneira como ele é comunicado influi na reação.
Assim, no Facebook de algumas mÃdias locais, os cidadãos e cidadãs criticaram a iniciativa, fizeram comentários depreciativos, desfavoráveis, desagradáveis. Porém, no Facebook da Rede TVTEC os comentários foram elogiosos, apreciativos e houve pessoas que chegaram a cumprimentar a Rede TVTEC “por sua iniciativa”, atribunindo à emissora, a ação da Unidade de Gestão de Cultura da cidade.
Inaugurada em agosto de 2017, a Rede TVTEC escolheu caminhar, no século 21, como uma escola de tecnologia digital e produção audiovisual. Saiu de um conceito de comunicação estático para um conceito praxiológico. Pôs aquilo que era institucional e estático em movimento. Foi ao encontro do cidadão, da cidadã, de todas as idades em busca de sua própria identidade. Apostou numa alma, num espÃrito de serviço. Abriu as portas para acolher especialmente aqueles e aquelas mais vulneráveis. Fez movimentos fantásticos em busca da empatia, da sinergia, de espelhar nas suas atividades os sonhos de seu público.
Em quatro meses, as pessoas começaram a se enxergar nessas ações. Num trabalho espetacular, em favor da prevenção do suicÃcio com o CVV. Na capacitação de mais de 100 pessoas nos cursos gratuitos que ofereceu em 2017, em convênio com o Centro Paula Souza. Nos workshops para profissionais de comunicação nas mesmas áreas – Edição de VÃdeos para Redes Sociais, Assistente de Produção Audiovisual, Práticas de MÃdias Sociais.Na parceria que culminou na série de cinco vÃdeos fabulosos sobre a PrimeirÃssima Infância e tantas outras inciativas que estão em andamento.
A maneira positiva como as geladeiras literárias foram vistas no Facebook da Rede TVTEC, portanto, tem explicação. A visualização da transmissão ao vivo da Caravana Iluminada da Coca-Cola, por mais de 90 mil pessoas, no dia 1 de dezembro, com alcance de 700 mil cibernautas, tem explicação.
A identidade buscada não só foi encontrada como está legitimada. O público, antes com dificuldade de se enxergar numa grade de programas educativos, se vê no novo modo de agir, de falar, de se comportar da TVTEC, ligado às mudanças no perfil da própria sociedade, advindos do que chamam alguns de a Quarta Revolução Industrial e outros de sociedade tecnológica.
O fato comprova que quando um serviço público, de fato, encontra seu papel e efetivamente torna-se de utilidade pública, ele ganha credibilidade junto à comunidade onde está e passa, de figura distante e até ameaçadora muitas vezes, a ser perceiro e, principalmente modelo.
Isso não acontece por acaso. Acontece quando existe um plano para se chegar a uma meta. Quando o plano e revisto e redirecionado, em caso de falha. E quando se tem um time para construir a escada que leva até a meta, degrau por degrau. Com muito esforço e renúncia, muito suor e diálogo. E metricas, certo meu amigo Anderson Müller?
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