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TVTEC Blog com Pedro Fávaro Jr.
14
dezembro 2017

PARABÉNS, TERRA QUERIDA JUNDIAÍ!

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Pedro Fávaro Jr. 

Terra querida Jundiaí. São 362 anos de vida como uma jovem dama da civilização humana. Menina. Um povoado que virou Vila Formosa de Jundiaí – o Rio dos Bagres, do Mato Grosso de Jundiaí. E que rio! E que vila! E depois, que cidade! Virada em Terra Querida, de muitas e boas histórias. De pelo menos 402 anos de vida,nos seus 362 de Vila-menina, já que as primeiras notícias sobre nossos fundadores datam de 1615.

Gente expulsa do coração do Planalto de Piratininga, da São Paulo dos padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta. Os mais românticos falam dos desterrados apaixonados, Rafael de Oliveira e Petronilha Antunes. Há historiadores que torcem o nariz… Mas é tão romântico, não?

Terra querida, de um pôr do sol mais do que grego, de tão belo!  Quem poderia imitar o teu céu com tuas cores? 

Nascida sob as bênçãos de Nossa Senhora do Desterro, a protetora do menino Jesus na fuga e no exílio do Egito.  Por isso, também, terra de gente teimosa, que não se dobra de modo algum.

 Terra querida do Curuquião!

O índio tupi-guarani gigante que impedia o acesso dos Bandeirantes para desbravar aquelas terras imensas ao norte, cheias de riquezas ambicionadas pelo Império Português.

O Curuquião guardava a Porta da Mata, a nossa Serra do Japi, e ninguém passava.

Às vezes fico pensando que seria bom o Curuquião reaparecer, pela necessidade de resguardar a Serra, agora declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Terra gentil altruísta! Querida de imigrantes de todas as raças!

Gente chegada aqui em busca de seu melhor lugar para viver – espanhóis, portugueses, africanos, italianos, japoneses, chineses, sírios, libaneses, israelitas… Povos que atrás de suas utopias ou fugindo da pobreza se transformaram em construtores de muitas riquezas e de nossa fibra, da fibra do nosso povo.

 

Terra fértil, terra onde brota e prospera qualquer semente!

Terra da Uva, Terra do Morango, da Pizza, da Coxinha de Queijo que virou patrimônio imaterial. Da Uva e dos vinhos!  Onde foi inventada a melhor e mais doce uva de mesa do planeta, a Uva Niagara ou Niágara – depende do sotaque.

Onde foram realizadas as maiores e mais comentadas Festas da Uva de São Paulo e do País, a partir da década de 1930. Festas tão grandes e tantas que precisaram de um parque, o Parque da Uva. Terra de bons vinhos e excelentes vinicultores.

Tutti buona gente!

Terra Querida de um povo trabalhador!

Terra das primeiras tecelagens e fiações do Brasil. Da Fábrica São Bento e da Argos Industrial e sua multidão de tecelões. Da Cica – ‘Se a marca é Cica, bons produtos indica’ – pioneira do setor alimentício.

Teus filhos com devoção, marcham para a luta como heróis.

Marcham, cheios de fé em sua oração. Terra dos revolucionários de 32 e de combatentes da FEB! Que foram defender a democracia nas fronteiras de São Paulo e nas montanhas da Itália. Terra de medalhas e medalhistas, de grandes nomes no esporte! Nelson Prudêncio que o diga! Que o digam Marcel, Mauri, Nestor, Geraldo, Milani, Inho e tanta gente boa de basquete! Terra do Vitor, campeão da Copa do Brasil de 2005 com o Paulista Futebol Clube.

Cadê o Paulista, gente? Cadê?

Terra Querida, de mil talentos em todas as áreas!  Com seus lindos fulgores!

Talentos na música, com instrumentos, no canto, nas artes plásticas, no teatro, na literatura, na dança, no jornalismo e em tantas áreas.

Por onde passou e se inspirou o Adoniran, olhando os trens – acho que tirou o Trem das 11 dele daqui, porque morava perto da Estação…

Que beleeeeeza! –, diria o Milton Leite, filho do seu Mário e dona Nely, simpáticos, que moram ali na rua Bela Vista! Milton começou a carreira aqui no rádio, como locutor do futebol amador e, também, no jornalismo. Mas é bom parar de citar nomes, que jundiaiense de verdade magoa a toa se for esquecido, porque é muito sensível…

Terra Querida e Solidária! Teu jardim é um paraíso. Tua mocidade, perfumada!

Teus parques são lindos. Parque da Uva, da Cidade, do Eloy Chaves, do Engordadouro, de Corrupira… O teu povo é sonhador mesmo. Gente de fibra, que não desiste nunca de sonhar! Capaz de se unir e se cotizar, em tempos de penúria, para construir o primeiro ginásio esportivo com vão aberto do Brasil, o Bolão! Uma obra escandalosamente pioneira do prefeito e arquiteto Vasco Venchiarutti, mas construída em sistema de mutirão, com dinheiro e o suor do povo! Que tempo heroico! Quanta virtude!

Terra das cachoeiras de Santa Clara, clareai!

De gente criativa. Em 1966, Jundiaí foi a primeira cidade do País a fazer desfilar a grande invenção de um filho seu, um carro elétrico, projeto que acabou fulminado e desintegrado pela indústria fóssil – o pessoal bacana do petróleo!

Terra querida do trem! Da Companhia Paulista e SP Railway!

Fomos a capital do trem no País. Aqui funcionou a principal oficina da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, uma potência! Havia um exército de ferroviários que era acionado pelo apito da Paulista, às 6 da manhã, meio dia e seis da tarde. Sempre havia o apito de alerta, quinze minutos antes…

Companhia Paulista que entre tantas coisas puxou para a região indústrias poderosas como a Krupp alemã, a Sifco e fez nascer aqui o Senai.

Do tempo em que os trens eram modelares. Limpos, andavam nos horários britanicamente, influenciados pela SP Railway – que virou Santos-Jundiaí mais tarde, dando vazão à produção agrícola e industrial para o porto e trazendo aqui o que chegava de melhor, sempre em primeira mão.

Terra Querida de Eloy Chaves!

Berço da Previdência Social, a ideia do cooperativismo que permitiria custear assistência médica a quem precisasse. Coisa deturpada pelos corruptos que ainda sugam recursos sagrados, vindos do salário dos mais pobres. Mas que mesmo assim, ainda ajuda muita gente, mantém funcionando hospitais e serviços primários básicos.

Terra Querida das Cantinas e noitadas!

Das serestas e saraus encantados com declamadores e seresteiros apaixonados! Dos footings de caranga, pela Rosário e Barão, antes de chegar o Boulevard – o Calçadão! Em busca de um namorico que não era de ficar e sempre acabava em casamento…Tá bom… quase sempre!

Dos festivais de mentira da Ponte São João!

Da Festa Italiana da Colônia!

Da Fratelanza!

Da Paulicéia e da Cantina!

Do Saveiro, Urso Branco e do Cristal

Do Jarbas, do Castro e do Chopão.

Terra Querida da Catedral! De igrejas e tantas belezas!

Das primeiras Romarias à Pirapora do Bom Jesus, que inspiraram o Renato Teixeira.

Da Fonte Luminosa e outras tantas fontes.

Do Chafariz ou chafarizes!

Do Solar do Barão!

Do Polytheama!

Do Glória Rocha!

Do Grupo Escolar Siqueira de Moraes

Do Conde do Parnaíba!

Do Instituto que virou Bispo e do Geva que nem sei o que virou!

Do Ginásio Rosa…

E é bom parar para não fazer injustiça com os colégios do passado.

Terra querida, de tanto passado, de um a história tão forte!

Que vive o seu futuro no seu presente!

Que aposta em inovação, em tecnologia digital de ponta, em economia criativa!

A quarta cidade mais humana e melhor para viver em mais de 600 de São Paulo.

Quer mais o quê? Dizer o quê?

Parabéns povo de Jundiaí? Parabéns, jundiaienses? Parabéns, Jundiaí?

Não seria pouco, afinal! Parabéns, afinal, significa desejar que a ocasião seja para o o bem, nesse caso o bem da cidade! E se for para o bem de Jundiaí, será para o meu e de todos que me leem ou ouvem! Mas parabéns não sacia.

Então melhor dizer como comecei.

Como no Hino da professora Haydée Dumangin Mojola.

Ó terra querida Jundiaí! Que Deus abençoe, eternamente, essa terra onde nasci!

 

(As fotos desse post foram publicadas com os devidos créditos no Facebook da TVTEC.  São fotos de João Gibb, Júlio Monteiro, do arquivo oficial do município e de autores desconhecidos)

 

 

 



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Link original: https://tvtecjundiai.com.br/tvtecblog/2017/12/14/parabens-terra-querida/

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