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TVTEC Blog com Pedro Fávaro Jr.
31
janeiro 2018

Pontes falam de amor e de leveza

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Pedro Fávaro Jr.

No mundo, as pontes falam de amor.

Qual a novidade? Ora, num mundo carente, que tem febre de amor, as pessoas se encantam com as pontes. Elas ligam pontos, encurtam distâncias. Proporcionam o encontro. Dão a segurança, na travessia sobre correntezas terríveis, metáforas das moções do oceano profundo das tristezas, dos rios das rejeições e dos córregos por onde correm infectas as nossas mágoas…

Eis a razão pela qual existem as pontes do amor.

Tem Ponte do Amor, onde as pessoas costumam trancar cadeados.

A mãe de todas elas é a Pont des Arts, de Paris. Os enamorados, penduram cadeados ali, para prenderem seus amores para sempre… Em outros lugares, como o Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ou parques em Amsterdam e da Bélgica, já existem pontes marcadas pelos cadeados de pessoas apaixonadas.

Mas só Jundiaí tem a Ponte do Beijo.

Qual a diferença?

É que a nossa ponte do beijo não abriga cadeados de apaixonados.

Ela, por si, é o sinal da paixão.

Feita em duas partes que se encontraram num voo monitorado por mãos fortes, de pilotos engenheiros e operários. Partes que num balanço sucessivo, como uma dança invisível, se tocaram e se beijaram num beijo único e permanente.

Construída suspensa, como o suspiro que fica no ar, solto, quando alguém pensa no seu amor, na sua paixão. Um suspiro de Dom Quixote por Dulcineia ou de Julieta, pelo seu Romeu. Dado alto, na frente de todo mundo, sem medo nem vergonha, mas também sem interromper a vida de ninguém, a caminhada de ninguém…

Figura do que é de fato a ponte, porque ponte de verdade não interrompe nada.

Nem quando é construída. Senão vira barreira.

Nossa Ponte do Beijo foi edificada suspensa e apareceu aos olhos de todos como se fosse um tapete mágico de concreto, capaz de alcançar qualquer lugar imaginário, onde se possa estar com quem se ama, em paz, em harmonia…

Quando se olhava a obra, a impressão era de dois corpos levitando, indiferentes à Lei da Gravidade, numa evento aparentemente sobrenatural.

É isso. A Ponte do Beijo nos deu isso.

A vontade de uma admirável leveza. A leveza que todos aspiram. Afinal, qual é o ser humano que não sonha em beijar e ser beijado, voar livre, solto, sem limites e de preferência acompanhado do seu amor?



Os comentários para este artigo já foram encerrados.

Quem já participou (11)

  • pfjunior disse:

    Nossa, que orgulho ver você escrever que ‘o texto traduziu tudo’. Eu me emociono, porque vivo de escrever faz 40 anos. Muito obrigado pelo carinho.

  • pfjunior disse:

    Oi, Maria. Obrigado. Sempre atrás de uma obra de milhões de quilos de concreto estão histórias de pessoas. Ainda mais quando a obra é feita de um modo novo, inusitado. Você também é muito sensível, viu? Abraço.

  • pfjunior disse:

    Obrigado, Neusa. Na vida, penso que tudo seja escolha: acreditar na possibilidade ou na impossibilidade é uma delas. Enxergar a possibilidade em qualquer circunstância em um nome: ESPERANÇA. E ela se alimenta de carinho como o seu. Muito obrigado mesmo, viu Neusa?

  • ELISABETE APARECIDA BELOTTO NOVAES DA SILVA disse:

    Foi muito bacana, ter participado desse momento histórico e vivenciado o mais falado beijo!!! Parabéns!!! o texto traduziu tudo!!! 🙂

  • Maria do Carmo Moreira Lima disse:

    Amei seu texto…parabéns pela sensibilidade e inspiração para conclusão de tão esperada obra e sonhado beijo…❤

  • Neusa Maria de Moraes disse:

    Lindo demais Pedrinho …. saber q existem pessoas tão sensíveis como vc que consegue ver e extrair beleza, paixão, amor de uma coisa que, para a maioria, não passa de uma ‘ponte’ …..é fantástico. Vc tem o dom da magia nas palavras que nos leva a acreditar que tuuuudo na vida ainda é possível !! Parabéns poeta !!!

  • pfjunior disse:

    Como vai, Isabel? Senti a mesma coisa e confesso que a reportagem do Anderson Müller foi o catalisador, foi o componente que faltava para acelerar a saída do texto do coração para o espaço da web e do papel e esta aí. Obrigado pelo carinho.

  • pfjunior disse:

    Como vai, Isabel? Senti a mesma coisa e confesso que a reportagem do Anderson Müller foi o catalisador, foi o componente que faltava para acelerar a saída do texto do coração para o espaço da web e do papel e esta aí. Obrigado pelo carinho.

  • pfjunior disse:

    Muito obrigado, Adriana. Que bom que consegui me aproximar do sentimento do povo. Eu tento sempre, mas confesso que é bem difícil. Por ser de Jundiaí, também torci bastante pelo beijo. Disponha da gente aqui. Abraço.

  • Isabel Checchinato disse:

    Está obra nos deixou a expectativa pelo tão esperado “beijo”.
    Obra maravilhosa de uma leveza incrível e uma ansiedade enorme. Adorei seu texto explicou o que todos sentimos no decorrer da espera do encontro.

  • Adriana Costa disse:

    Que definição mais bela da nossa ponte do beijo Pedro!
    Traduziu muito bem o sentimento de muitos. Parabéns amei ♥️

Link original: https://tvtecjundiai.com.br/tvtecblog/2018/01/31/pontes-falam-de-amor-e-de-leveza/

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