TVTEC foca na foto digital como novo curso

Pedro Fávaro Jr.

Da caixa escura, sais de prata e a revelação química na luz vermelha até os pixels e a imagem capturada no chip ou microchip do celular, parado, em movimento, com filtro ou sem. Isso mesmo: Fotografia Digital. Esta é a novidade deste ano, com 20 inscritos, na TVTEC. Entre os interessados, as idades variam de 18 a mais de 60 anos. A maioria dos mais novos marca presença em busca de uma ferramenta para trabalhar, considerado o novo perfil da atividade econômica com as transformações tecnológicas que ainda engatinham entre nós, no Brasil, mas crescem e se robustecem entre nós dia a dia. Querem apenas realizar o sonho de viver do trabalho que gostam e entendem ou aprimorá-lo, no caso dos mais velhos. Ninguém faz o curso por pura curiosidade ou apenas para ampliar conhecimentos. Existe a necessidade de romper com a vulnerabilidade ou com a limitação que trava o crescimento profissional.

Pássaros numa escadaria – Henri Cartier-Bresson

Vi que muitos ficam surpresos quando se deparam com alguém, acima dos 60 como eu, fazendo uma reportagem para a televisão com um celular num pau de selfie. “Meu, que legal, os caras foram fazer uma gravação para a TV com o celular”, comentou um deles no WhathsApp. Os caras éramos eu, filmando, e os colegas Anderson Muller e Isabela Cristófaro numa incursão para cobrir o início das aulas. Isso mesmo: cinegrafista com celular. E a reportagem saiu e foi para o ar, sem dramas. Ou algo que fizesse notar grande diferença com equipamento de outro porte. Para a irritação de muitos medalhões da profissão. Tchau paradigma. Bye bye dogma!

Outra coisa fantástica de se observar, sobre os alunos, é que eles chegam das mais diversas áreas – desde a indústria metalúrgica até a da exigente atuação na área de Recursos Humanos, cujo boom precedeu o da internet, na entressafra de gerações, entre os anos 1980 e 1990, época em que surgiram entre nós os head hunters em busca de executivos geniais, a profissionalização em massa das empresas familiares e os temíveis grupos executivos de consultores, especialistas na reengenharia que o vulgo do chão de fábrica rebatizou de facão, guilhotina, passaralho e outros tantos nomes.

O novo curso surge no cenário de desintegração de uma realidade social, econômica e política institucional, organizacional, hierárquica com o evento da Quarta (ou ainda Terceira para alguns) Revolução, a da tecnologia. Agora, a o espaço vai se abrindo para a ação com resultado, ao praxiológico que exige respeito ao talento individual, à economia criativa, à ação coletiva em times onde todos tenham as mesmas habilidades de fazer e de liderar, independente de idade, raça ou opção religiosa ou de gênero. E onde aquilo que se obtenha como resultado seja ecológico, ético, congruente com o bem-estar coletivo. Tempo de evoluir.

Outros cursos virão contemplando essa mesma perspectiva evolutiva e de utilidade pública. Ainda este mês serão abertas inscrições para Práticas de Mídias Sociais – 20 vagas (tarde) e Edição de Vídeo para Redes Sociais – 20 vagas (manhã), dois cursos de 40 horas em dez encontros. Ambos com início previsto para maio, capacitando para um novo trabalho ou atualizando para o mercado onde já atuam, no primeiro semestre do ano, 140 pessoas.  Ou dando a cada uma delas a oportunidade de um novo começo ou de retomada, com novo foco e nova energia.