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TVTEC Blog com Pedro Fávaro Jr.
27
junho 2018

Brasil vence com futebol que deu para o gasto

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Quando o primeiro tempo acabou,  com o 1 a 0 magrinho, comecei nova reflexão comparando a seleção do mercado com as seleções do futebol arte, do século 20 – campeã, bi, tri e a que nada conquistou, em 1982, mas é considerada a melhor de todos os tempos (embora eu calcule ser ela pouco mais do que 40% da seleção de 1970 – de Felix, Brito, Piazza,  Carlos Alberto, Clodoaldo, Gerson, Jairzinho, Tostão, Pelé, Paulo Cesar Caju, Rivelino e outros). Será que esse futebol vai dar para o gasto?

Não se viu, de saída, nenhuma gana, apetite, impulso que deixasse patente ser um jogo decisivo. Nenhum lance emocionante. Tudo previsível e sem emoção. Até a saída do Marcelo foi absorvida friamente como se estivessem ali, no gramado, um conjunto de robôs. Tá bom, você pode lembrar que tem o gol do Paulinho realizado com a contribuição da impaciência do goleiro. Se o defensor sérvio tivesse mantido a posição no gol, dificilmente teria sido encoberto. Méritos do atacante, claro, por ter dominado a bola bem e com perícia, olhado, e tocado a bola com alguma sutileza.

Sem emoção seria mentira. Porque iniciado o segundo tempo, o que se viu foi uma seleção medrosa, acuada, sem iniciativa, sem criatividade. Esperando a hora que quase não apareceu para o bote. Até os 20 minutos da etapa final, nosso ataque não levou perigo algum ao adversário. Aí sai Paulinho, entra Fernandinho. Nomes diminuídos, para jogar na maior seleção do mundo, que neste 27 de junho jogou pouquinho. Bem pouquinho para ter dois gols e se classificar. Verdade que o segundo gol foi de um cabeceio de zagueiro. Depois a seleção murchou de novo, não foi incisiva ou vertical para convencer. Venceu. Está em outro etapa. E precisa crescer muito para passar daí.

O futebol jogado e que bateu a Sérvia, lenta e pesada, por 2 a 0, é o futebol do mercado: mesmo raquítico e sem graça, dá para o gasto, não decepciona patrocinadores e as televisões nacionais, além de agradar parte do público. Com ele, a área de negócios não sofre. Não sei se passa pelo México. Mas, de qualquer modo, faz dar saudade do futebol de verdade, arte, que seria mais do que suficiente para erguer o Hexa e deixar o resto do mundo na poeira…



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