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TVTEC Blog com Pedro Fávaro Jr.
20
julho 2018

E aí, Jundiaí? Como você anda de amigos?

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Vim para o trabalho, andando, depois de me deixar cuidar por um amigo de fé, irmão, camarada, o doutor Vlade Risso. Lembrei que é o Dia do Amigo. Acabei encontrando outros amigos no caminho. Para ser exato, outros oito: dois, ministros de Igreja; dois guardadores de carro; dois do passado (um da caserna e outro da militância política na juventude) e dois que não reconheci, mas não posso chamar de desconhecidos, considerados os detalhes das conversas. Pensei muito nisso, durante essa peregrinação revigorante. Amigos! Quantos de verdade são?

Também decidi abstrair para me indagar, me perguntar mesmo quantos amigos de verdade eu tenho. Dissociar, abstrair, quer dizer: não vale contar gente da família. Nem os 3.849 amigos do Facebook.  Os laços com gente da família são muito fortes.  É parente, caseiro, ama a gente em qualquer circunstância. Pelo menos, na minha família tem sido assim. Amigo do Facebook é fria. Claro, por lá você encontra no meio da multidão alguns deles. Então, iluminado pelos acontecimentos da manhã, abri mão, para ser neutro, desses dois universos: a rede social que é um mistério e não garante nada; e a família por dar quase sempre a total certeza de ser um refúgio, lugar de apoio garantido. Tem que ser amigo ou amiga mesmo (ia escrever miga, de tanto que ouço a moçada dizer!)

Amigo nunca é demais. Mas se você fizer um balanço, descontando a família e o Facebook, quantos sobram? Ando pensando muito nisso…

O 20 de julho – Dia do Amigo no Brasil (e também na Argentina, Uruguai e Moçambique) – pôs a amizade no centro do meu foco. A data coincide com a chegada do homem à Lua em 1969 e remete à frase famosa de Neil Armstrong, ao pisar no astro: “Este é um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade”. E foi mesmo. Mal comparando, essa croniqueta aqui deseja ser um pequeno passo para uma reflexão que pode assustar você que está lendo. Porque fará com que seus pés toquem o solo verdadeiro e sagrado da amizade.

Pense nos ambientes da vida real que frequenta e diga se for capaz, já ou em no máximo 15 segundos, os nomes de quatro melhores amigas ou amigos vivos. Quatro – só isso mesmo! Quatro só! Daqueles que você fica sem ver um tempão, mas consegue conversar com eles todos os dias. Quando não conversa, os carrega no pensamento ou nas emoções. “Ah, se ele (a) estivesse aqui ia me ajudar tanto! Que bom seria se estivesse aqui!”.

Também não vale contar aqueles que partiram. Não, porque na minha opinião, eles estão em vantagem porque sempre serão lembrados. Reputo que estejam na conta que atribuo à Canção da América. “Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito. Mesmo que o tempo e a distância, digam não, mesmo esquecendo a canção…”

Proponho quatro amigos por ter lembrado de uma passagem do Evangelho de Marcos. Dos amigos do paralítico levado até Jesus numa maca. Eles venceram a multidão, subiram na casa carregando o amigo, abriram o telhado e desceram o sujeito para que pudesse realizar o sonho de se encontrar com o Mestre. Para que fosse visto e curado pelo Mestre. Isso só acontece porque o paralítico tinha os quatro amigos para o carregar. Eram quatro. Você tem quatro amigos que passariam por qualquer situação por você? Que enfrentariam a multidão, quebrariam o telhado e seriam capazes de colocar você diante de Deus? Quem são seus amigos ou amigas de verdade?

Você tem quatro “melhores” amigos? Quatro doidos? Diga para você mesmo (a), em voz anta, em 15 segundos, os nomes deles. Difícil?

Você tem quatro desses loucos? E você? Estaria entre os quatro capazes de carregar aqueles que considera amigo ou amiga, só para ele realizar seu projeto, seu sonho? Hoje é o Dia do Amigo. Se você tem esses quatro aproveite. Se tem mais, melhor! Então em vez de ficar cantando pelos trechos, soluçando baixinho, os outros versos do Milton Nascimento, tipo “…qualquer dia amigo eu volto a te encontrar. Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar”, pega o telefone aí, liga para ele ou ela, combina um café e vai lá abraçar esse sujeito ou sujeita.

Amigo é o único ouro, a riqueza dessa vida. Não existe riqueza maior. Pai, mãe, filho, filha, irmão, irmã, genro, nora, cunhado, cunhada, sobrinho, sobrinha, neto, neta – para além dos laços fraternos e de sangue -, precisam cultivar a amizade uns dos outros para experimentarem a plenitude dos laços humanos. Não existe riqueza maior, ouro mais caro que um amigo ou amiga verdadeira.



Os comentários para este artigo já foram encerrados.

Quem já participou (2)

  • pfjunior disse:

    Oi, Rita. Obrigado pelo comentário. Eu acrescentaria que amigo de verdade não olha nossas virtudes ou vícios. Ele nos abraça em qualquer circunstâncias. Acreditar que não temos méritos não é escolha do amigo. É escolha pessoal que pode se tornar, em pouco tempo, crença limitante ou defesa nossa mesmo, para selecionar “amizades seguras”, provavelmente a partir de alguma expectativa frustrada com alguém que julgávamos amigo.

  • Rita maria guerantschouk zukas disse:

    Realmente encontrar verdadeiros amigos é pouco difícil, quem sabe por nos considerarmos sem merito para tal…

Link original: https://tvtecjundiai.com.br/tvtecblog/2018/07/20/1019/

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