outubro 2018

A música da boa cidadania

Nova idade. Agora, batido nos 65. No dia do aniversário, acordei, beijei minha mulher (Soninha) e o filhão (Pedro) que estavam em casa. Pensei nas filhas (Tatiana e Mariana), no genrão (Plínio), na netinha Helena e no netinho Francisco. Tomei um banho demorado. Fiz a barba. Fiquei perdido um tempão em devaneios idiotas, como quase em todas as manhãs até decidir rezar ou não. Deveria rezar todos os dias. Compromisso assumido publicamente. Mas sou assim. Estranho mesmo. Outras pessoas têm facilidade com isso. Eu não.

Resolvi responder a todos que se lembraram de mim. No Facebook, no WhatsApp e nessas quebradas todas da rede (web é coisa de gringo, e eu sou Suassuna desde pequenininho). Pensei que poderia ouvir sozinho as músicas que mais amo. As Quatro Estações de Vivaldi e Caprice, de Paganini. Ou La Campanella. Ouvi todas.

E me restei aqui contrito de ver como tudo passa tão rápido, tão instantaneamente. Como as as notas arrancadas pelos intérpretes de Paganini ou de Vivaldi. Coloridas, ricas, alegres, felizes, mas fugazes, voláteis.

A música é uma das metáforas mais lindas da vida. Tem começo, meio e fim. E embora pareça ter terminado, continua melodia gravada nas mentes e corações, inesgotável. Mesmo que as cordas do violino se rompam, porque até como uma só corda é possível fazer música excelente. Paganini fazia.

Isso se você não se deixar levar por tantos outros barulhos. O risco aí é a gente deixar a vida virar um “batidão” desses irritantes, que só serve para atrapalhar o sossego e a paz dos outros. Não permita isso. A felicidade de verdade – como a boa música -, é aquela que deixa felizes primeiro os que a ouvem e, por consequência, quem a produz e toca também. Portanto, façamos o possível para ser música suave e feliz para os que estão perto. E se possível, para os de longe também. Isto é cidadania.

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Link original: https://tvtecjundiai.com.br/tvtecblog/2018/10/16/a-musica-da-boa-cidadania/