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TVTEC Blog com Pedro Fávaro Jr.
14
fevereiro 2019

Casal de Jundiaí vende bala no semáforo para legalizar união

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O post com a foto deles, no Facebook da TVTEC, viralizou – foram  mais de 100 mil pessoas alcançadas, mais de 18 mil envolvimentos e 1600 reações. Verdade que a foto (como você vai comprovar aqui!) é bem humorada e a ideia é original, valendo um casamento no civil, em março, e a bênção, com uma festa, em maio. E ambos sorridentes e simpáticos. Cada história, gente do céu!

O bom humor da cena ficou martelando e fez com que eu os procurasse para uma entrevista maior, com a ajuda do sempre bem informado colega Anderson Muller, especialista em marketing digital. Afinal, trombamos com o casal pouco depois de almoçar juntos, na companhia de outros colegas, o professor Hilário Pereira e a jornalista Letícia Pousa.

“Eiiii, passa o telefone aí!”, pedimos quase em coro e os berros de dentro do carro, enquanto a fila, atrás, na Avenida Antônio Segre, se transformava em um quase buzinaço. Fiquei pasmo de ver aqueles dois jovenzinhos, caixa de bala de goma na mão e  revestidos com os cartazes que traziam. Nela, uma gigante “NOS AJUDE A CASAR!!! Bala de goma R$1,00! E nele, a contradita: NÃO AJUDA ELA (EM VERMELHO), ELA É LOUCA! K.K.K. (EM PRETO) – acompanhado de um sub-cartaz, CASAMENTO EM MAIO! Qual é a história por trás dessas escritas? A paixão? A luta? Os sonhos?

Que história!

Eles moram no Residencial Jundiaí 2, no Vetor Oeste. Ela, dona de casa, ele auxiliar de marceneiro. Entre uma garfada e outra, na hora do almoço, no Bom Prato, eles responderam todas as perguntas feitas com muita simpatia. Ela, Andressa, 19 anos. Ele, Isaac, 21 anos. Faz cinco anos que estão juntos – desde que iniciaram a adolescência – e da união já nasceram Anny Isabelly – 2 anos e Davy Miguel – 6 meses.

O casamento no civil já está marcado para 27 de março. Marcaram com fé e correram atrás do dinheiro. “Os maiores desafios estão aí mesmo. Hoje nós vendemos as balas de goma porque trabalhando normalmente não conseguimos juntar dinheiro. Os maiores desafios estão aí: pagar aluguel e superar a falta de dinheiro”, conta a noiva que pretende receber a bênção e fazer a festa em maio deste ano. “Estamos na luta, no caminho!”, avisa. E conta que a família dele e a mãe dela ajudam como podem. “Estamos juntos na luta e continuamos com o mesmo amor, um pelo outro”, me escreve ela com todas as letras, via Whatsapp.

Eu viajo, me emociono e fico lembrando dos versos de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga. De amar, minha Marília, a formosura//Não se podem livrar humanos peitos.//Adoram os heróis; e os mesmos brutos.//Aos grilhões de Cupido estão sujeitos. (Lira III). De Dante, que andou os círculos do Inferno para encontrar com sua Beatriz no Paraíso. De Romeu e Julieta que enfrentaram suas famílias os Montecchio e os Capulettos para ficarem juntos…

Que histórias! E  elas se repetem, penso, com Andressa e Isaac. De um outro modo, já que o deles é  um romance quatro ponto zero, dos tempos de revolução tecnológica, digamos, com os humores e dramas do século 21, alimentados sempre pelos mesmos protagonistas: o amor e o dinheiro – ou a falta deles.



Os comentários para este artigo já foram encerrados.

Quem já participou (18)

  • pfjunior disse:

    Muito bom. Eles são muito bacanas mesmo. Solidários, focados, organizados, determinados e apoiados pela família e amigos. Agora pela comunidade também.

  • Fico muito Feliz em poder ajudar com a
    Cabine Fotográfica Let’s Go.
    Este casal tão humilde e determinados a se casarem muitas felicidades que Deus os abençoem

  • pfjunior disse:

    Com a palavra, Rosana Pagano.

  • pfjunior disse:

    Se a história for boa, nem que não seja romântica, a gente faz sim. Prova disso, Rafael, são essas histórias da Santa Marta (https://www.facebook.com/tvtecjundiai/videos/1391173227652859/) e do Seu José Comitre (https://www.facebook.com/tvtecjundiai/videos/850596711961963/) que mostram a realidade de gente de todo tipo – negros, brancos,pobres, empresários, malabaristas, médicos (tem de tudo na rua) – como exemplo para que as pessoas não percam a esperança nem abandonem o romantismo que, afinal de contas, dá sempre um impulso para a gente acreditar mais nos outros, ter mais fé na humanidade. Mas respeito sua opinião.

  • pfjunior disse:

    Mais uma boa razão para que eles consigam seus objetivos. Obrigado, Márcia.

  • Rafael disse:

    Vender bala no semáforo da mais dinheiro que trabalhar com marcenaria? Tá difícil juntar dinheiro mas querem fazer festa de casamento que geralmente oferecem comida e bebida de graca aos outros? Realmente acho que eles tem que repensar suas prioridades como casal.
    Outro problema nessa questão é que o pessoal fica romantizando eles vendendo bala no semáforo enquanto sobram críticas pros jovens negros pobre e artistas de ruas que tanto precisam e fazem seu trabalho no semáforo pra sobreviver e nao bancar festa pros outros. Quero ver a TV tec fazer matéria do pessoal que trabalha em semáforo pra comprar comida, isso não fazem neh…

  • Marcia Magalhães disse:

    Problemas todos tem! Dificuldades todos tem!E com isso os sonhos sempre vão ficando por ultimo…E nada mais justo que correrem atrás ,assim como eles estão fazendo!Nâo estão roubando muito menos atrapalhando a vida de ninguém e ajuda quem quer!
    Conheço a vida deles…São pessoas solidárias e ajudaram muitas crianças carentes de um projeto que faço parte,hj nada mais justo que serem ajudados!Farei minha parte sem se preocupar onde irão investir o dinheiro…

  • Marcia Magalhães disse:

    Conheço esse casal!Ajudou muitas crianças carentes do nosso projeto!Merecem toda solidariedade para realizarem esse sonho!

  • pfjunior disse:

    Oi, Roger. Que alegria ter você aqui. Obrigado por acompanhar o blog. Abração, meu irmão.

  • pfjunior disse:

    feito. Obrigado.

  • pfjunior disse:

    Obrigado pelo comentário, Gabriela. Ele enriquece nossa reportagem.

  • pfjunior disse:

    Que legal esse complemento, Marta. Obrigado por nos acompanhar. Vai ter reportagem na TVTEC.

  • pfjunior disse:

    Respeito seu ponto de vista. Mas respeito o deles também. Obrigado por me ler.

  • Que linda história! As dificuldades nos fazem mais criativos. Boa sorte aos noivos!

  • Corrigir no último parágrafo: Andressa, não Alessandra.

  • Caraca esttou muito feliz mesmo por voces.
    Sao pessoas ser humanos incriveis,o pouco que convivi com voces foi o suficiente para afirma que voces merecem o mundo cheio de alegrias de coisas boas .Deza vc é uma mulher incrivel de muita garra uma mae que da pra se dizer que orgulho.
    Eo zac sem comentarios ne um otimo paai faz tudo pela familia. Voces sem duvida vao alcançar o objetivo de voces como sempre fizeram !
    Acho que vou ai comprar umas bala de goma o eduardo adora ea lolo tbm kkk.❤ boa sorte nesta nova faze meus amigos

  • Marta angelica alves disse:

    Acompanho a vida desses dois desde o inicio quando se conheceram nas aulas de ginastica ritmica ainda adolecentes na casa da fonte q é cordenada pela maravilhosa cristina castilho e sei o quanto e grande o amor desses pombinhos fico imensamente feliz em ver a forca de vontade deles e quão grande e o amor q envolve essa familia maravilhosa q ambos formaram votos pra q td de certo e consiga o tao sonhada oficialização do matrimonio com a benção do senhor .

  • Rosana pagano disse:

    Confesso que não entendi.
    A vida é difícil sim.
    Mas já estão casados com filhos e tudo
    Casar? Festa? Em dias difíceis assim?
    Melhor ter vários empregos e investir no sustento e educação dos filhos. Né não???
    Me explica brother!!!!
    O importante é o amor é a família viver bem.
    Sonho? Tá, mas melhor reavaliar onde investir o $$$$.

Link original: https://tvtecjundiai.com.br/tvtecblog/2019/02/14/casal-de-jundiai-vende-bala-no-semaforo-para-legalizar-uniao-10/

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