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TVTEC Blog com Pedro Fávaro Jr.
01
março 2019

Dia Mundial da Oração une religiões e filosofias por uma humanidade melhor

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Hoje é Dia Mundial da Oração, uma celebração móvel que ocorre na primeira sexta-feira de março, desde 1968.  Este dia não é destinado apenas para uma religião específica, mas para todas as crenças que utilizam orações como forma de interceder pela realização de obras benéficas para a humanidade.

O Dia Mundial da Oração surgiu no século 19, através de um grupo de mulheres cristãs dos Estados Unidos e Canadá. O objetivo era conscientizar as pessoas de que o ato de orar deveria ultrapassar o apenas proferir palavras ou fazer penitências, mas deveria também provocar ações efetivas no auxílio de causas sociais.

Para os cristãos católicos, a oração é entendida como um dom dado à humanidade pelo próprio Deus pelos cristãos católicos . A Igreja Católica, Apostólica Romana entende a oração como “relação viva e pessoal com o Deus vivo e verdadeiro”. Portanto, ela é um pilar do cristianismo católico. Sem oração, não existe relação com Deus. Como os judeus, os católicos têm a Liturgia das Horas e são convidados a rezar todas elas ou parte delas: o Ofício da Manhã, as Laudes, as orações das 9 horas, do Meio Dia e das 15 horas, as Vésperas e as Completas.

Os cristãos evangélicos enxergam orar como via de mão dupla, dentro do princípio de que oração é “intimidade”, “relação” com Deus. Trata-se de um momento sublime onde o Pai responde aos anseios do filho.  A afirmação é sustentada pelas Escrituras. “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes”, diz Deus ao profeta Jeremias (Jr 33,3).

Jesus sintetizou a oração, para os seus discípulos, no Pai Nosso: “Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome. Seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dai-nos hoje. Perdoai as nossas ofensas como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Pois Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre.” Assim, a oração cristã supõe uma resposta esforço e de ação do próprio orante. Por exemplo: precisa perdoar antes, para depois ser perdoado.

Para os muçulmanos, a oração (salat) é um dos cinco pilares da ligação com Deus. “Vinde rezar, vinde florescer, não há outra divindade senão Allah; Allahu Akhbar (Allah é maior)” – com essas palavras os muezins ( encarregados de anunciar em voz alta, do alto dos minaretes o momento das cinco preces diárias) chamam os fiéis para rezar.

Onde quer que estejam, na mesquita, no local de trabalho ou em casa, os muçulmanos interrompem seus afazeres para cumprir ao chamado da oração. Os outro quatro pilares são Fé, Jejum, Caridade e Peregrinação a Meca.

Os Judaísmo tem sua oração diária, chamada de Amidá, instituída nos tempos bíblicos por Esdras, para servir de lembrete e substituir provisoriamente os sacrifícios diários no Templo. Como diz o profeta Oséias: “Ofereceremos como novilhos os sacrifícios dos nossos lábios.” (Os. 14,2). Para os judeus, existem  cinco condições essenciais para fazer essa oração.

As condições são: Intenção (rezar ou ler sem pressa); Sem Distrações (se por alguma tensão ou ansiedade não conseguir se concentrar, a oração é proibida); Mãos Puras (lavar ou limpar as mãos antes de rezar); Cobrir a Nudez (estar vestido adequadamente) e Local Adequado (a oração diária é uma lembrança do Templo de Jerusalém, portanto deve ser feita em lugar digno e puro).

Para os budistas, as preces  lembram das qualidades necessárias para realizar “a verdadeira natureza da mente”. Cada tradição budista apresenta preces de acordo com sua linhagem. Para eles, as orações podem ser recitadas a qualquer momento do dia, mesmo em meio  às atividades diárias, como prática de meditação e reflexão. Existe também a Metabavana, oração que se pode dedicar a  alguma pessoa específica.

Os 4 Dharmas de Gampopa é um exemplo de oração budista. Diz: “Conceda suas bênçãos para que minha mente não se separe do Dharma. Conceda suas bênçãos para que o Dharma se desenvolva pelo caminho. Conceda suas bênçãos para que o caminho esclareça a confusão. Conceda suas bênçãos para que a confusão se transforme em sabedoria.” 

Para os espíritas, o hábito de orar é de valor inestimável e deve ser exercido diariamente, pois tem o poder de criar um campo de forças positivas ao redor de quem ora. Esse é o conceito da Federação Espírita Brasileira.  A entidade explica que a prece é um tipo de apelo que permite à pessoa entrar em contato com Deus, Jesus e com os espíritos superiores a fim de receber proteção e auxílio. Para os adeptos de Allan Kardec, “a ação da prece será tanto maior quanto mais fervorosa e sincera for”.

Para os umbandistas e o Candomblé o conceito de orar não muda.  Eles entendem que quando “incorporamos o hábito de orar no dia a dia, sentimos mudanças salutares no íntimo e ao nosso redor”. E que interiormente “são renovadas as aspirações, modificados os pensamentos, e são abertos, no mundo íntimo, espaços para o bem-estar e a alegria”.

“Com efeito, espalhamos irradiações mentais salutares, beneficiando aqueles que estão conosco. Sem contar que atraímos o concurso dos bons espíritos, que nos ajudam sempre que sintonizamos com eles através da prece”(http://oracaoumbandista.blogspot.com).

Para os Mórmons,  os Santos dos Últimos Dias, a oração é a comunicação com Deus, razão pela qual “é mais fácil ter orações eficazes se houver um bom relacionamento com Deus”. Para eles, ler as escrituras e usar um tempo em oração são duas formas de conhecer quem é Deus. Eles entendem que na mesma medida que você constrói seu conhecimento sobre Deus e se sente à vontade “ao falar com Ele”, suas orações se tornarão mais eficazes.

(Imagens: Pixabay)

 



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