Análise: vacinação demonstra eficiência em situações de risco
Por Pedro Fávaro Jr.
Febre amarela, em pleno século 21, poderia soar como uma surpresa assustadora, num Brasil em que todas as nossas quase seis mil cidades estão livres de terremotos e furacões. Vez ou outra, infelizmente, nos apanham uns ventos frontais que antecedem frentes frias e viram carretas nas estradas. Ou chegam as enchentes, em metrópoles como o Rio e São Paulo, com vÃtimas fatais, que poderiam ser evitadas já que chuvas de verão são perfeitamente previsÃveis.
Pior ainda quando somos surpreendidos com catástrofes como o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015; ou as 242 mortes de jovens, em Santa Maria, no incêndio da Boate Kiss, tragédias resultantes da ganância e irresponsabilidade corporativas e oficiais; ou por dramas sociais como o “Massacre da Escola de Realengo” – completamente imprevisÃvel – que culminou com o assassinato de 12 adolescentes em 2012.
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Mas febre amarela, que absurdo! Só que em JundiaÃ, a febre amarela não conseguiu sequer ser surpresa, graças à atenção e monitoramento da Vigilância Epidemiológica e da Seção de Zoonoses do municÃpio. Atentos à s mortes de primatas acontecidas ao norte da cidade, agindo em conjunto, não tardaram em constatar a chegada da doença, transmitida por mosquitos (Haemagogus, Sabethes e o implacável Aedes Aegypti). E sem estardalhaço, usando todas as ferramentas disponÃveis, imunizaram pessoas das áreas de risco, acompanharam o fenômeno e dispararam o alarme na hora precisa. E nenhuma plataforma da administração municipal se fez de surda.
Desse modo, em pouco mais de dois meses, 50,8% da população – mais de 200 mil pessoas – recebeu a vacina e levantou-se que outras 86 mil já estavam imunizadas com campanhas de vacinações anteriores. De tal maneira que 70% dos habitantes de Jundiaà estão protegidos contra a doença. A ação revela preparo e agilidade das autoridades, num evento que não poderia exigir outra coisa.
Mais ainda, revela que os setores públicos não estão ilhados, fechados em suas metas e projetos, mas agindo de um modo único, na mesma direção proposta e pedida pelo prefeito Luiz Fernando Machado, que, na abertura da Semana da Tecnologia, pediu “sinergia entre o público e o privado, visando o bem da comunidade”. Quem puder desminta, mas o fato é que contra a febre amarela houve e ainda há voluntários de todos os setores de governo trabalhando com e para a Unidade de Gestão de Promoção da Saúde atingir sua meta de vacinar 95% da população jundiaense.
O poder público demonstrou vigilância e atenção. Acionou suas ferramentas sem politicagem e sem sensacionalismo. O público respondeu sem alarmismo. O resultado é que a meta de imunização está muito perto de ser batida. E será!