Escritora jundiaiense Sônia Cintra morre aos 68 anos
A escritora jundiaiense Sônia Cintra morreu neste sábado (17), aos 68 anos, vítima de câncer. Integrante da Academia Jundiaiense de Letras, da qual foi presidente, Sônia era reconhecida por poesias e ensaios, sempre com a delicadeza que lhe era comum. Fazia parte da União Brasileira de Escritores e da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí. Era casada com o arquiteto Araken Martinho.
Sônia, em entrevista ao Acesso Geral, em 2016
Sônia Maria de Araújo Cintra nasceu em Amparo, Estado de São Paulo, e morava em Jundiaí com a família. Era formada em Filosofia, Ciências e Letras pela PUC Campinas, onde foi docente de Literatura Portuguesa e Dialetologia, além de Pedagogia. Foi professora na rede pública e particular nas disciplinas de inglês e português e assistente de diretor de escola. Possui mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo.
Sua obra é reconhecida e premiada. A escritora foi uma das vencedoras do concurso 3º Prêmio Varal do Brasil de Literatura, em sua edição de 2015, na categoria “poesias”. O concurso foi composto por candidatos de vários países do mundo. Na ocasião, Sonia inscreveu-se com a poesia “Semáforo”, parte de seu livro “Melopeia”, de 2000. Inspirado em experiência verdadeira, o texto aborda uma criança em situação de rua parada sob um semáforo, sem perspectivas de vida.
Outra de suas obras é “Versátil”, na qual se encontra o seguinte poema, chamado Benção:
“No aniversário/ recebo flores/ estampadas/ em alva toalha/ recebo cartões/ coloridos/ telefonemas/ festivos/ sapato novo/ livros/ e um chorinho/ de graça/ No aniversário/ recebo presentes/ lembro outros/ ausentes/ que moram/ em meu coração/ desde o sempre/ e quais estrelinhas/ faiscantes no bolo/ são luzes divinas/ no pensamento”
Ao participar do quadro “4 em Seis”, do programa Acesso Geral, da TVTEC, Sônia disse o seguinte sobre o tópico “amigos”: “São o grande conforto e a grande razão da nossa existência”. E, no mesmo programa, de junho de 2016, fez a seguinte observação: “O elogio paralisa, a crítica move”.
Sônia será enterrada neste sábado, às 17h. A entrevista concedida ao Acesso Geral – e que fica aqui como homenagem da TVTEC à escritora – pode ser assistida abaixo.
