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Palhaço viaja 15 mil km para levar atrações culturais a comunidades do Brasil

Publicada em 07/05/2018 às 10:37

O casal se conheceu no caminho entre uma cidade e outra. Segundo ele, Letícia foi quem teve a iniciativa de seguir esse estilo de vida

Um palhaço e sua companheira viajam 15 mil de Fusca para levar atrações culturais como filmes e peças teatrais em comunidades do interior do Brasil. O ator, Rafael Trevo ou palhaço Trevolino, deixou São Paulo para provar que poderia viver de arte. O primeiro desafio foi pedalar cerca 2.800 quilômetros até a cidade da bisavó, no interior do Ceará.

Com  R$ 150 no bolso, ele se despediu dos pais e do irmão mais novo. O artista lembra que montou na bicicleta que seria sua amiga inseparável por todo o ano seguinte, e partiu. Era 31 de dezembro. “Além do teatro, eu descobri que tinha a função de levar coragem para as pessoas também”.

No caminho, Rafael conheceu Letícia Marins, a arquiteta que viria a ser sua companheira de apresentações. Com Letícia, Trevo criou a Cia. da Sorte – de teatro, circo e palhaçaria – e planejou a viagem dentro do Fusca que se transformou em um projeto de exibição de filmes em regiões desassistidas, o Cine Fusca. Hoje o “possante”, apelidado de Ventura, faz do Distrito Federal sua garagem oficial e deve circular pela cidade até o final do ano antes de voltar para a estrada.

Cerca de quatro meses depois e 2 mil quilômetros pedalados, no entanto, uma ligação de Lelê abriu um novo caminho na história.”Quando cheguei em João Pessoa, ela me ligou, perguntou onde eu tava e disse que ia me encontrar. Aí eu respondi: já que você vem, traz um pandeiro e uma poesia decorada”, recorda o artista. Em João Pessoa, Trevo trabalhava nos semáforos. Lelê, com o pandeiro, se juntou a ele.”Eu entrava no farol e jogava malabares no ritmo do pandeiro que ela tocava.”

Dentre as atrações estão apresentações musicais e circenses

Comprado com as economias de um ano de trabalho, R$ 5 mil, o Fusca estava parado na garagem da família de Trevo desde os 19 anos. Ao lado de Lelê, o artista fez um financiamento coletivo na internet e conseguiu arrecadar R$ 7 mil.

O dinheiro foi suficiente para financiar o sonho: caixa de som, estrutura e cortinas de teatro, barraca de dormir, projetor, telão, logo e adesivos da companhia que começaria as atividades em breve. O caminho a percorrer seria o mesmo. “Fazer o mesmo trajeto revendo os amigos que eu tinha feito. A galera que tinha me visto de bike, me veria com um Fusca e uma patroa”, contou com ar de graça. O plano era fazer a viagem em 4 meses, mas durou o ano inteiro. “Na primeira cidade, em Piraçununga, eu me apresentei sozinho. Logo na segunda cidade, a Lelê entrou em cena e foi um marco. Dali pra frente nosso espetáculo virou uma obra de arte.”

Durante um ano, Trevo e Letícia viveram com a ajuda de moradores para tomar banho, comer e esticar as pernas de vez em quando. “Essa viagem me transformou como ser humano. Eu tive que viver um ano com o que cabia na bike e depois em um Fusca. Então, minha forma de consumir mudou”, diz. Hoje, Trevo vive dentro de uma Kombi estacionada no terreno da chácara de uma amiga no Lago Oeste, em Brasília. Ao lado, debaixo de uma tenda, fica estacionado o Fusca Ventura. Os gastos mensais não passam de R$ 1 mil, segundo ele.

Fonte: Portal G1


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