Causadoras de discórdia, indústria das uvas passas movimenta milhões
Quando chega a época de Natal e Ano Novo, as uvas passas invadem as mesas de todas as famílias brasileiras e geram discórdia internet afora. Uns amam, outros odeiam. Mas o que poucos parecem saber é de onde vem a uva passa e o quanto ela movimenta a economia natalina. Todos os anos, a empresa La Violetera, localizada em Curitiba, no Paraná, coloca no mercado 3,3 mil toneladas de uvas passas, reforçando o caixa com R$ 26 milhões.
Mas o que é a uva passa? Esta resposta é simples: uva e nada mais. A diferença é que as frutas que não têm tamanho adequado e outras características de mesa ficam ali, secando no ambiente, seja no pé ou estendidas no chão sobre esteiras. O processo, que dura de duas a três semanas, aumenta o tempo de validade, pois “tira” toda a água da uva, mantendo, porém, as características nutricionais. Países como o Brasil, que tem o verão extremamente chuvoso, levam desvantagem já que a secagem tem que ser feita em equipamentos especiais. De acordo com a Associação Internacional de Uvas e Videiras (OIV), dos 72,6 milhões de toneladas de uva disponíveis no mundo, 9% são destinados às passas, que resultam em 1,5 milhão de toneladas.
Por uma combinação de clima e mercado, a produção comercial de uvas passas é praticamente zero no Brasil, segundo o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, José Fernando Protas. “O Brasil é um grande consumidor, mas importa 100% do que consome”, afirma. Na Uniagro, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a uva passa, sozinha, já responde por 5% do faturamento total, com R$ 5 milhões. Embora não haja um levantamento completo do quanto o segmento movimenta, as perspectivas são boas para 2018.
“Nós estamos crescendo 15% nesse ano com esse produto, fechamos algumas parcerias para fornecer para empresas que têm marca própria”, ressalta Felix Boeing Junior, CEO da La Violetera. “Nutricionistas estão trabalhando com elas, é um produto benéfico, com todas as propriedades da fruta, é fácil de guardar, a validade é grande. O consumo natural vem aumentando e pode crescer muito, com barras de cereais e granolas. Em fevereiro, vamos lançar snacks que também terão uva passa”, acrescenta.
(Fonte: Gazeta do Povo; Imagem: Pixabay)