Em crise financeira, Unesp suspende vestibular do meio do ano
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) anunciou a suspensão do vestibular do meio do ano por conta de crise financeira que, inclusive, atrasou 13º salário dos funcionários. A medida foi aprovada nesta terça-feira (12) pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária (Cepe) e já vale para este ano. Assim, o vestibular que seria realizado em meados de 2019 passará a ocorrer conjuntamente com o vestibular de verão, independentemente de o ingresso vir a ser feito em fevereiro ou em agosto.
“A medida faz parte de um movimento maior de rediscussão do nosso vestibular, por meio do qual estamos concebendo formas alternativas de ingresso na Unesp, como um melhor aproveitamento da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e a busca de talentos entre participantes de olimpíadas estudantis e entre bolsistas de iniciação científica no ensino médio”, diz a professora Gladis Massini-Cagliari, pró-reitora de graduação da Unesp”.
A Unesp atende 53 mil alunos de graduação e de pós-graduação em uma rede de 34 unidades universitárias localizadas em 24 cidades paulistas. A crise financeira que atinge a universidade vem de longa data. No dia 22 de janeiro, o Conselho Universitário aprovou uma indicação de parcelamento do pagamento do 13º salário de 2018 aos servidores, que seria pago 50% em fevereiro e a outra metade maio. Em Botucatu, servidores da Unesp entraram em greve em janeiro.
Em nota, a Unesp disse que no fim do ano passado pediu ao governo do estado um crédito suplementar para pagar o 13° aos funcionários, mas até agora não recebeu o dinheiro. A reitoria informa que, em todo o estado, os atrasos somam R$ 175 milhões. A assessoria de imprensa do Estado de São Paulo informou em nota que até setembro do ano passado, a universidade recebeu do estado um montante da ordem de R$ 1,7 bilhão e que uma suplementação ainda será avaliada pela nova gestão.
A situação não é nova e também aconteceu com o pagamento do décimo terceiro de 2017. Na ocasião, o atraso no pagamento chegou a provocar paralisações e protestos em alguns campi. A situação fez com que a Justiça determinasse que Unesp fizesse o pagamento integral a todos os funcionários.
(G1)