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Apaixonado por seu trabalho em Jundiaí, cozinheiro viaja 180 km todos os dias

Publicada em 04/04/2019 às 10:32

Sorriso no rosto, acolhimento, boa vontade e muita gratidão. Esses são os valores que marcam os 180 quilômetros, entre ida e vinda de José Eduardo Pereira, de 52 anos, para chegar, pontualmente, à 6 horas da manhã na Fumas (Fundação Municipal de Ação Social de Jundiaí), onde é cozinheiro industrial há cerca de 2 anos.

Eduardo é cozinheiro industrial na FUMAS há 2 anos

Eduardo é cozinheiro industrial na FUMAS há 2 anos

Colocando na ponta do lápis são 6 conduções, sendo 3 ônibus e 3 trens para fazer o trajeto diário que começa às 2h30 da manhã, saindo de Taboão da Serra, município localizado no sudoeste da região metropolitana de São Paulo, até Jundiaí.

“Vou dormir lá pelas 22 horas, como tenho que pegar dois ônibus, dois trens e mais um ônibus para vir até Jundiaí e se bobear, perco a hora e não consigo chegar aqui às 6 horas”, explicou.

Cara fechada, mau humor e energias negativas também não combinam com o simpático filho da Dona Palmira, que criou os 9 filhos trabalhando como faxineira e costureira. “Minha mãe é uma guerreira, e graças à Deus tem tanta saúde que não perde um baile e dá show no samba-rock!”, brincou Eduardo.

Na bagagem da vida do cozinheiro que em 2012 passou em 4º lugar no concurso da Fundação, transborda orgulho. “Para mim é uma grande satisfação estar aqui e ser reconhecido pelas minhas atitudes. Eu vim para cá para fazer a diferença, principalmente no instante em que essa casa me acolheu com a perda do meu filho, Raphael, de 27 anos que sofreu um acidente de moto e veio a falecer”, recordou-se.

Eduardo que também é pai de Priscila, de 31 anos, Marcelo, de 27 e avô de seis meninos: Lucas, Arthur, Renan, Carlos Eduardo, Anthony e Heitor, escolheu seguir em frente e aguardar que o tempo amenizasse a dor.

“Quando prestei o concurso, morava em Francisco Morato, mas a convocação só veio em 2016. Morando em Taboão passei por algumas empresas e, em maio daquele ano, pedi demissão para usar a indenização num negócio próprio, também conhecido como ‘Cantinho do Acarajé’, com a ideia de vender quitutes baianos, além de pastel e batata frita”, comentou.

Quinze dias depois, no dia 5 de junho, lembrou que fazia tempo que não checava os e-mails, foi quando se deparou com o e-mail do RH, informando que estava à sua procura em Morato e que ele teria prazo para levar a documentação. “Finalmente, depois de quatro anos de espera, eu havia sido convocado”, comemorou.

“Prestar serviço para Fumas não é ser empregado, é ser colaborador. Eu passo mais tempo aqui do que na minha própria casa. É muito importante estar no meio de pessoas que cuidam de pessoas. Eu sempre quis fazer parte disso. Fiquei muito feliz quando fui chamado para fazer parte dessa família”, finalizou.

E não para por por aí, pelo contrário, disposição é o que não falta para Eduardo que ainda revela outros sonhos e objetivos. “Ainda vou conseguir comprar um food truck para levar o ‘Cantinho do Acarajé para onde eu quiser’.

(Texto: Caroline Ferreira/Imagem: Arquivo Pessoal)


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