Carlos Alberto de Nóbrega prevê o fim da televisão atual que considera ‘chata’
Disciplinado e exigente, o apresentador Carlos Alberto de Nóbrega, que está no comando do humorístico A Praça é Nossa há mais de três décadas, traçou um diagnóstico desanimador sobre a televisão brasileira. Para ele, esse veículo está desgastado e caminha para o fim. “A televisão está um pouco chata. Estamos nas últimas etapas da TV. A internet é pra televisão o que a televisão foi pro rádio. Então, como a televisão está um pouco desgastada, eu começo a ver o Youtube”, afirmou, em entrevista ao programa Impressões, da TV Brasil.
É pelos canais na web que Carlos Alberto tem descoberto novos talentos que o fazem rir. Cita, por exemplo, Tirullipa, e revela que, quando gosta do youtuber, telefona e o convida para participar do seu programa. O convite é uma verdadeira honraria, a considerar o zelo que ele tem por sua produção. “Eu morro de ciúmes da Praça. Nunca ninguém sentou naquele banco para ficar no meu lugar. Já saí de uma unidade semi-intensiva no hospital para gravar, mesmo diante do protesto do meu filho”, conta.
O apresentador, que também é escritor, roteirista e diretor, lamenta, porém, que o ambiente no humor já não tenha mais a generosidade do passado. “Na época da Família Trapo, acabava a gravação, íamos jantar. Hoje acaba e cada um vai para o seu canto. Falta coleguismo. Quando ocorre uma desgraça, a classe artística faz show e se mobiliza. Quando um colega passa necessidade, não faz nada”, relata.
Carlos Alberto também critica os modismos na TV. “Não se pode esquecer que o cara que está de cabelo branco já teve cabelo preto, o braço grosso, já fez o público rir. Por que não vai dar emprego pra ele? Então, é uma coisa desumana isso no Brasil, só modismo”, desabafa.
Mas o humorista deixa claro que não está preocupado com a idade. Aos 83 anos e comemorando, nesta semana, um ano de casado com a médica Renata Domingues, o artista é taxativo: “Eu quero ter idade. Ficar velho, nunca!”.
Carlos Alberto de Nóbrega diz que o segredo da vitalidade é uma junção de vários fatores: faz esporte desde a adolescência, não fuma, tem alimentação equilibrada e faz o que gosta. “Eu não saio para ir trabalhar, eu saio para viver. Aquele momento, quarta-feira, é o dia mais alegre da semana”, diz e complementa com um conselho: “A vida é simplicidade. Não faça nada forçado, por dinheiro, por amor, porque a vida é uma só. O segredo é viver sem raiva, ajudando o próximo, não tendo inveja do que não tem. Seja feliz com o que tem. Mas isso (a gente aprende) só de cabelo branco”.
O programa Impressões vai ao ar hoje (21), às 23 horas, na TV Brasil.