Motociclista de 85 anos surpreende donos de loja com sua vitalidade

Uma loja e oficina de motos de Sorocaba, São Paulo, recebeu a visita de um motociclista, pode-se dizer assim, incomum, procurando peças para a sua Harley FX 1978. Era o seu Moacyr Mantovani, de 85 anos! Ele é de Jaguariúna, São Paulo, e encarou 60 km para chegar até a loja.

Moacyr é de Jaguariúna, São Paulo, e encarou 60 km para chegar até a loja.

A proprietária da loja, Gabriela Mayoral Tedesco, relatou que ficou espantada, não só com a idade dele, mas também com seu humor, vitalidade e lucidez. “Eu estava na sala administrativa e vi que o atendimento estava demorando mais que o normal, fui lá fora ver e meu marido falou, ‘venha conhecer o senhor Moacyr’”, disse Gabriela ao Razões.

Algumas semanas antes, Gabriela negociou peças com Moacyr, mas ela nunca desconfiou que Moacyr era um senhor de 85 anos. “Ele disse que moto sempre foi a sua paixão. Ele contou também que a vida toda foi mecânico de caminhão e trator e sempre mexeu nas próprias motos em casa. Ele tem três motos, uma Harley, BMW e uma Northon, são raríssimas.”

“Ele nos ensinou que chegar nessa idade com toda essa energia e alegria de viver está muito ligado ao fato de nunca ter se afastado dessa paixão dele que são as motos, e nos inspirou a manter sempre ativo essa paixão, que só quem é motociclista pode entender”, relatou o também proprietário da loja, Gustavo Tedesco.

Conheça a história do Moacyr

Moacyr não usa celular e conta que o segredo dessa vitalidade aos 85 anos anos é resultado de uma vida ativa, sempre trabalhou – inclusive ainda trabalha num estacionamento em que é proprietário – e participa de várias atividades. Ah, ele também é conhecido na sua cidade por cuidar, há 60 anos, do sino da Igreja de Santa Maria, a Matriz de Jaguariúna. Ele sobe, duas vezes por semana, 80 degraus para dar corda e também zelar pelo relógio. E quanto mais você conversa com ele, mais você se surpreende.

“Tenho moto desde os 15 anos, e sou eu mesmo que faço a manutenção nas minhas motos. Durante o dia eu trabalho, depois de tardezinha eu chego em casa e fico mexendo nelas e nos carros. Aos domingos, eu e alguns amigos saímos de moto, chamamos de ‘mototerapia’. Vamos até Holambra, de lá vamos pra Lindoia e cada domingo é um destino.”

Bem, ele contou também que foi casado há mais de 50 anos, e faz oito anos que perdeu a sua esposa. “Ela teve câncer no estômago, mas ela não morreu de câncer, acho que Deus não quis que ela sofresse, e ela teve um AVC. E eu guardo comigo só as coisas boas que aconteceram, sabe?”, disse todo emocionado.

“Eu me movimento, não paro não. Trato com amor e carinho meus amigos. Canto no coral da igreja. Canto em casamentos. Eu tenho uma vida boa. Principalmente porque eu tenho a força de Deus, que eu encontrei quando fui coroinha aos 13 anos. Eu não sou de lamentar pelas coisas. O pessoal brinca que eu sou patrimônio histórico vivo da cidade”, disse se divertindo. “É muito bom ser importante, mas mais importante, é ser bom”, concluiu.

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(Fonte: Razões Para Acreditar/Imagem: Reprodução TedescoMotors)