Zoonoses de Jundiaí passam por capacitação para identificar formas imaturas dos carrapatos
A chegada do inverno registra a queda nas temperaturas e a redução das chuvas, condições ideais para o ciclo reprodutivo dos carrapatos. Esses parasitas, se contaminados com a bactéria Rickettsia rickettsii, podem transmitir a febre maculosa, doença grave que pode levar à morte. Apesar de menos de 1% da população dos carrapatos-estrela estar contaminada, é necessário que a população adote medidas preventivas para evitar a exposição desnecessária ao risco de ser picada pelos artrópodes. Na última semana, as equipes da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) passaram por capacitação para a identificação morfológica das formas imaturas dos carrapatos.
“Os exemplares jovens – ninfas e larvas -, são as formas existentes em maior quantidade neste período de inverno. Pelo tamanho reduzido, são os mais difíceis de ser identificados, podendo parasitar o hospedeiro por maior tempo. Essa situação é crucial para a transmissão da doença, que é feita pela regurgitação do parasita enquanto suga o sangue da pessoa. Os carrapatos que podem transmitir a febre maculosa são do gênero Amblyomma e podem parasitar animais silvestres e domésticos, além dos humanos”, detalha o gerente da UVZ, Carlos Ozahata.
Segundo o gerente, a capacitação para a identificação morfológica dos parasitas realizada por especialistas no tema (Adriano Pinter, veterinário da Superintendência do Controle de Endemias, e pós-doutorando da USP, Thiago Martins) para técnicos da UVZ auxilia no trabalho de campo dos técnicos, já que os detalhes para a identificação dos carrapatos só são visíveis com o uso de microscópio.
Doença
O período de incubação varia de 2 a 14 dias após a picada (média de 7 dias), e os sintomas têm início súbito, com febre de moderada a alta, que dura geralmente de 2 a 3 semanas, acompanhada de dor de cabeça, calafrios, congestão das conjuntivas (olhos vermelhos). Os casos podem evoluir para ocorrências graves se não diagnosticados e tratados rapidamente. A febre maculosa tem cura, mas seu tratamento deve ser iniciado com antibióticos após o surgimento dos primeiros sintomas para evitar complicações graves, como inflamação do cérebro, paralisia, insuficiência respiratória ou insuficiência renal, que podem colocar em perigo a vida do paciente.
No ano de 2018 foram registradas 40 notificações de suspeitas para a doença em Jundiaí, com apenas duas confirmações, sem óbitos. Neste ano, até o dia 7 de junho, a cidade registrava 16 notificações de suspeitas, sem casos confirmados.
Segundo o gerente da UVZ, as pessoas devem adotar medidas preventivas, com o objetivo de evitar a parasitismo. “Os carrapatatos, em todas as suas fases de vida, são encontrados em matas, parques, jardins, e áreas de reserva, com circulação de animais silvestres. As pessoas devem evitar circular por áreas de risco de ocorrência desses parasitas. Aqueles que não puderem evitar, se faz necessário adotar medidas preventivas como usar roupas longas, vedadas com o calçado, em cores claras, para facilitar a identificação dos parasitas.
(Fonte/Imagens: Prefeitura de Jundiaí)