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Mestre de capoeira adapta a prática para a 3ª idade: ‘Gingoterapia’

Publicada em 28/06/2019 às 12:07

gingoterapia movimenta a vida dos idosos da Comunidade Perus e bairros vizinhos, em São Paulo. Pensada a partir dos movimentos da capoeira e sincronizada com danças e músicas populares ritmadas ao som do berimbau, a modalidade tem sido um sucesso.

A gingoterapia vem transformando a vida dos alunos.

Por trás da iniciativa está Geraldo Sebastião Pinto Sobrinho, o Mestre Geraldinho, de 60 anos – 39 dedicados inteiramente à capoeira. Em 2011, Mestre Geraldinho começou a dar aulas de capoeira como voluntário para um grupo de 15 pessoas idosas, numa Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima à sua academia.

Ele identificou dificuldades na turma em executar alguns dos movimentos característicos da prática, e desenvolveu alternativas. “Foi quando criei essas brincadeiras que eles fazem. E ao mesmo tempo, praticam capoeira”, explica.

A partir daí, as aulas atraíram dezenas de idosos. Hoje, são 300 alunos, divididos em 7 turmas. As aulas são realizadas de segunda à sexta na academia do mestre e em seis lugares diferentes cedidos por igrejas e núcleos voltados para a saúde do idoso.

Geraldinho cuida de duas turmas em sua academia, em Perus. Na Vila Piauí, a aula é realizada em um Núcleo de Convivência do Idoso (NCI), onde ocorrem outras atividades voltadas para o bem-estar dos idosos. “Descobriram a gingoterapia e me convidaram para fazer um trabalho com eles lá, uma vez por semana. São duas horas de aula”, conta.

Mais do que promover uma atividade física, a gingoterapia vem transformando a vida dos alunos. É o caso da aposentada Aparecida de Jesus Pacheco, de 67 anos. Há quatro anos, ela pratica a atividade em Perus. “Eu vivia de cara fechada. Quem me olhava, achava que eu estava sempre com raiva. Não sabia o que era ser feliz”, afirma emocionada.

Por conta de sua deficiência auditiva, que se agravou com os passar dos anos, ela quase não saía de casa. Amigos a incentivaram a entrar na gingoterapia para ela se relacionar com outras pessoas. Com a ajuda da leitura labial, ela acompanha as aulas e estabelece laços. “Eu comecei a ter as minhas amizades e a retribuir o carinho que as amizades precisam. Acho que formei minha segunda família”, comemora.

Futuramente, o mestre quer que seu legado se expanda.

Já Odiva da Silva Sabino, dona de casa de 79 anos, participa das aulas no Morro Doce há cerca de três anos e atesta a reposição de suas energias: “A gente tem ânimo. Chego em casa, é como se eu não tivesse feito nada. Estou leve, pronta para fazer meu trabalho do lar”, afirma.

Como na capoeira, os alunos passam por graduações. Cordões em forma de colares simbolizam o nível da prática. Futuramente, o mestre quer que seu legado se expanda e, desde o ano passado, vem ministrando formações para professores e mestres de capoeira que desejam trabalhar com pessoas idosas.

(Fonte: Razões Para Acreditar/Imagem: Ira Romão/Agência Mural)

 

 


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