Mustang amarelo empresta a cor ao mês mundial de prevenção ao suicídio
O Agente de Desenvolvimento Local (ADL) Claudio Benitz, que atua em projetos sociais na cidade de Jundiaí, mandou ao TVTEC News o lembrete sobre a origem do Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção ao suicídio. Tudo começou com um jovem chamado Michael Emme, de Westminster, no Colorado, conhecido pela família e pelos amigos como “Mustang Mike”. Ele era entusiasta, fã do Ford Mustang, e comprou um exemplar antes mesmo de ter idade para dirigir. O carro era um hardtop fabricado em 1967, e o objetivo de Mike era restaurá-lo para usar como seu primeiro carro. Mike fez todo o trabalho sozinho, e pintou a carroceria de amarelo brilhante.
Mike era descrito pelos pais, Dale e Darlene Emme, como um jovem de bom coração, generoso e bem humorado. No entanto, às 23:52 do dia 8 setembro de 1994 – exatos 25 anos atrás – o casal chegou em casa e se deparou com algo terrível. O Mustang estava parado na frente da casa, como de costume, mas Mike estava dentro do carro já sem vida. Ele havia dado um tiro em si mesmo, e havia um bilhete perto do corpo. “Mãe e pai, não se culpem. Eu amo vocês”, dizia o papel. “Com amor, Mike. 11:45 pm”. Mike cometeu suicídio sete minutos antes de seus pais aparecerem. Eles poderiam ter salvo o filho. Mike tirou a vida por não saber como pedir ajuda.
Surgiu então a ideia das fitas amarelas, como o Mustang de Mike, cada uma delas presa a um cartão. Nos cartões, uma mensagem simples: “se você está pensando em suicídio, entregue este cartão a alguém e peça ajuda!” A ideia era ajudar jovens a expor sua situação.
Os pais e amigos de Mike confeccionaram 500 cartões com fitas amarelas e, durante seu funeral, colocaram todos em um cesto. No fim da cerimônia, todos os cartões haviam sido levados por alguém e começaram a se espalhar pelo país. Semanas depois, Dale e Darlene Emme começaram a receber ligações, cartas e emails de pessoas que haviam recebido o cartão de alguém.
De lá para cá, a Yellow Ribbon tornou-se um programa de prevenção ao suicídio baseado nos cartões e nas fitas amarelas. Os cartões são direcionados aos adolescentes e jovens, enquanto os adultos recebem informações sobre como agir ao receber um cartão.
Segundo a Yellow Ribbon, foram distribuídos mais de 19 milhões de cartões que, nos últimos 25 anos, ajudaram a evitar quase 115.000 suicídios entre jovens. Ainda assim, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorrem cerca de 800.000 suicídios por ano em todo o planeta, a maioria deles decorrentes de transtornos mentais.
Desde 2003, a OMS adotou o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. No Brasil – onde uma pessoa dá fim à própria vida a cada 45 minutos – campanha Setembro Amarelo é uma iniciativa do Centro de Valorização à Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). A inspiração foi a história de Mike Emme e a atuação da Yellow Ribbon.
Em Jundiaí, o Setembro Amarelo é marcado pelo Palco da Cidade que este ano terá como tema Suicídio: As Dores da Alma. O evento – que dialoga sobre a falta de vínculos na infância, automutilação na adolescência e a solidão no adulto em 2019 – é uma iniciativa da Prefeitura de Jundiaí, numa causa abraçada pelo prefeito Luiz Fernando Machado desde 2016.
EM JUNDIAÍ
Promovido e realizado em parceria entre a Unidade de Gestão de Promoção da Saúde, CVV – Centro de Valorização da Vida, com produção da TVTEC e Unidade de Gestão de Inovação e Relação com o Cidadão (Ugirc), Unidade de Gestão de Cultura e Teatro Polytheama. E com apoio da PM, FMJ, HU, Hospital São Vicente, Escola Divina Providência, Centro Budista Kadampa e imprensa local. O encontro será gratuito e aberto ao público. Interessados devem retirar os ingressos gratuitos na bilheteria do Teatro, nesta quinta-feira, 12 de setembro, a partir das 10 horas.
(Fonte e imagem: Autoline)