Por aluno surdocego, EMEB de Jundiaí dá exemplo de inclusão
Gustavo Henrique Mariano Gonçalves é o único aluno surdocego matriculado na rede de Educação da Prefeitura de Jundiaí. Para atender as necessidades do garoto, o cotidiano da EMEB Antonio de Pádua Giaretta foi adequado, e, os resultados começaram a aparecer com a participação ativa do estudante nas aulas, o desenvolvimento de habilidades sociais e afetivas não somente na escola, quanto na família. Todo o trabalho desenvolvido se transformou em simpósio, que este ano chega a sua 3ª edição e será realizado no dia 26, no auditório da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ). Entre os eixos de desenvolvimento, aprendizagem e capacitação, incentivados pelo Programa Escola Inovadora, implementado na gestão do prefeito Luiz Fernando Machado, o atendimento às necessidades dos alunos com deficiência são trabalhados com planos pedagógicos individuais.
“Meu filho mudou e seu desenvolvimento é total. Ele chegou a passar por instituições especializadas em deficiências, mas foi na escola ele se desenvolveu. O Gustavo trabalha com as crianças em sala de aula e se sente seguro. Antes ele acreditava que tudo era ameaça, por isso era agressivo. Hoje ele pede contato, quer beijo e abraço. O atendimento oferecido pela Educação é fantástico”, comemora a mãe, Jéssica Mariano Gonçalves.
Desde 2017 ele conta com uma educadora intérprete que o orienta por meio de libras tátil, desenhada na palma da mão. A resposta é fantástica, tanto que os colegas estabelecem conversas com o Gustavo e se interessaram em aprender a língua de sinais”, explica a diretora da unidade, Adriana Menezes Tonholo.
Para a educadora intérprete Valdineia Aparecida do Nascimento, inserir o aluno em sala de aula, participando das atividades junto com os demais, é a conquista de um sonho. “Tudo para ele era desconhecido. Fomos desenhando, a partir do desenvolvimento sensorial, um mundo para ele, com interação e incentivo a autonomia”, comenta. Na semana passada, a intérprete e Gustavo participaram das atividades festivas ao Dia da Criança, com direito a pular de um tobogã de 7 metros. “Avisei a mãe para comentar com ele sobre isso. A resposta foi em gargalhadas, mostrando a compreensão da informação”, completa.
Desde o início do ano, a professora da sala após avaliar as potencialidades do aluno com deficiência, elabora um documento que é chamado de Plano Pedagógico Individualizado, onde detalha os objetivos e estratégias do trabalho que será realizado com este aluno em sala de aula. Para a professora Tânia Garcia Fraga da Silveira, que atua com a turma do Gustavo, a participação do garoto em sala de aula criou oportunidades de conhecimento. “A inclusão é boa para todos. Percebemos que os colegas de sala passaram a respeitar as diferenças, ser mais tolerantes e produtivos” destaca.
Simpósio
Este será o terceiro ano que a EMEB Antonio de Pádua Giaretta realizará encontro para apresentar o assunto surdocegueira. Com o título ‘Surdocegueira, autismo e deficiências múltiplas’, o simpósio já está com as vagas lotadas, no dia 26, na FMJ.
Neste ano, além das apresentações de especialistas no assunto, Gustavo também estará presente, juntamente com uma convidada especial: Janine Pires Farias, estudante de Pedagogia da Universidade Estadual da Bahia, que tem a mesma deficiência que o jundiaiense. “Entender como foi a inserção no mundo será um ganho para todos nós que participamos da evolução do Gustavo e tantos outros estudantes da nossa rede. A Escola Inovadora é palco de incentivo ao desenvolvimento de todos”, argumenta a gestora da Unidade de Gestão de Educação (UGE) Vasti Ferrari Marques.
O simpósio tem intenção de disseminar ou propagar informações relevantes sobre a surdo cegueira além de apresentar relatos de pessoas com surdo cegueira exitantes na vida em sociedade, desmistificando a ideia de incapacidade.
(Fonte/Imagem: Prefeitura de Jundiaí)