Ginecologista do HU de Jundiaí fala sobre o Dia Mundial do Combate à Pólio
O dia 24 de outubro é o Dia Mundial de Combate à Poliomielite promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A data tem como objetivo estimular a erradicação da pólio, ao unir esforços de pessoas de todos os locais do mundo. Aos cinco meses, Gilberto Lazaroni, agora com 51 anos e ginecologista e obstetra do Hospital Universitário (HU) de Jundiaí contraiu poliomielite, conhecida como paralisia infantil.
Gilberto morava com a família no interior de Minas Gerais. “Nessa época a vacina era dada após os três meses, e eu contrai a doença antes”. A situação levou a família para o Rio de Janeiro, onde ele passou a receber tratamento. Aos poucos, os movimentos foram sendo recuperados, começando a andar aos cinco anos.
Mesmo após sete cirurgias, Gilberto continuou com algumas sequelas. “As limitações existem, basta a pessoa saber lidar com isso. Depende muito de cada cabeça, da criação e da própria aceitação da pessoa. Se você se limitar e não procurar melhorar, você vai estagnar. Temos que nos adaptar a tudo”, acrescenta ele.
Toda essa vivência o levou a ser um profissional da Saúde, e diante da recusa de muitos pais em vacinar seus filhos, Gilberto é categórico. “É uma irresponsabilidade! É reconhecido o benefício das vacinas, além de ser comprovada a sua eficácia, esse pensamento está fazendo com que doenças que já foram erradicadas voltem a circular”, diz.
O doutor Gilberto comenta que uma criança não tem consciência sobre a importância de manter-se com as vacinas atualizadas, então é dever dos pais e responsáveis o cuidado sobre a saúde e vida dos filhos e menores sob sua proteção.
Histórias como esta eram comuns até meados dos anos 1980. Até então, a pólio paralisava quase 100 crianças por dia em 125 países ao redor do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apenas em 1985, os países das Américas estabeleceram a meta de erradicar a pólio na região, com foco no combate ao vírus transmissor, o poliovírus.
O QUADRO
O Brasil, a partir de 1988, ampliou a prevenção, por meio da vacinação da população. Promovida em campanhas de imunização em massa com a vacina oral contra a pólio, a estratégia contribuiu para livrar o país do problema em 1989, quando o último caso foi registrado, na cidade de Souza, na Paraíba, segundo o Ministério da Saúde. Em 1994, toda a região das Américas foi certificada como livre da circulação do poliovírus.
Atualmente, a OMS aponta que apenas três países ainda têm o vírus em circulação, o Afeganistão, o Paquistão e a Nigéria. Tal permanência inspira cuidados em todo o mundo, por isso, nesta quinta-feira (24), Dia Mundial de Combate à Poliomielite, a organização alerta sobre a necessária manutenção de ações de vigilância e prevenção. Mesmo há décadas sem registro, o Brasil tem seguido a orientação e disponibilizado vacinação em postos municipais permanentemente, além de promover campanhas anuais de imunização.
Em Jundiaí, o sábado, 19 de outubro, foi marcado como Dia D de vacinação contra a Polio. A cidade está próxima de atingir os 100% de imunização contra a doença e contra o sarampo.
(Fontes: HU, Revista Crescer e Prefeitura de Jundiaí. Imagem: HU)