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Clube Ipiranga encerra as atividades em Jundiaí

Publicada em 19/12/2019 às 13:22

Com 99 anos de história em Jundiaí a Associação Atlética Ipiranga, na Vila Arens, está fechando as portas um ano antes de completar seu centenário. Em duas assembléias, associados em geral e sócios patrimoniais decidiram por encerrar as atividades, devido às dívidas que o clube possui. O valor é de aproximadamente de R$ 1 milhão e o prejuízo só está aumentando, pois a receita mensal do clube é inferior às despesas.

Atualmente, os gastos para manter o clube aberto são de R$ 30 mil por mês

Atualmente, os gastos para manter o clube aberto são de R$ 30 mil por mês, e o orçamento mensal, com tudo que é arrecadado, é de no máximo R$ 10 mil (apenas 50 sócios aproximadamente), conforme explicação do presidente do conselho deliberativo, Ardrovanni Cipolatto. “A gente tinha dívidas com a CPFL. Para não deixar cortar a luz, nunca deixamos de passar o vencimento de três contas. Tínhamos dívidas com a DAE, com fornecedores e com a prefeitura”, conta.

O advogado do clube, Helio Madaschi, diz que tentou por dois anos fazer uma recuperação judicial para manter as atividades. “Mas patrimônio não paga débito. Não estava sendo paga nem a água da piscina”, conta.

Nos últimos tempos, o clube tinha apenas atividades com artes marciais e musculação. Plínio Lopes de Camargo estava dando aulas de jiu-jitsu na instituição por meio de uma parceira com sua escola. Em novembro, ele teve que mudar o local das aulas, com o início do processo de fechamento do clube. “Precisei tirar as aulas, que eram dentro do clube e ir para um salão, na região da rua Pirapora. Agora, o maior temor da gente é o risco de o local, onde funcionava o clube, ficar abandonado”, lamenta Plínio.

A dívida

Atualmente o clube mantinha apenas três funcionários – eram dois porteiros e uma secretária. Funcionários antigos entraram na Justiça para receber os atrasados. “Quatro deles”, conta Madaschi. O valor da dívida do clube pode aumentar, segundo o presidente do conselho, mas gira em R$ 1milhão. Em dezembro, a administração municipal entrou com um processo na Vara da Fazenda Pública do Foro de Jundiaí contra o clube, cobrando R$ 123.738,02 de dívida ativa. Até o momento, o clube não tinha regularizado o Habite-se e também não recolhia o FGTS desde 2016.

Segundo o advogado do clube, todo o processo para o fechamento do Ipiranga deverá levar pelo menos mais seis meses. “Encerrando as atividades já está. Somente o clube está com atividades administrativas. O que está previsto por estatuto é que daqui a 180 dias haverá uma reunião. quando será ratificado pelos sócios as decisões tomadas nas duas assembleias anteriores”, finaliza.

Localizada na Vila Arens, a área tem aproximadamente 3.200m2 e o valor ainda não foi avaliado, mas possíveis interessados já existem. “Uma igreja veio nos procurar, só que não queremos propostas de papo, queremos por escrito”, diz Ardrovanni Cipolatto.

Agora, as lembranças do Ipiranga ficam restritas a poucas fotos e à memória de quem frequentou o clube. “Na sala de reuniões, tem um armários com muitas taças e poucas fotografias, pois muitas se perderam. Sou sócio do clube desde os 15 anos. Fui presidente neste século. Meus filhos foram criados na piscina do Ipiranga”, conta Ardrovanni Cipolatto.
Ipiranga chegou a jogar profissionalmente

Por duas vezes, na década de 60, a Associação Atlética Ipiranga disputou a Terceira Divisão do Campeonato Paulista do futebol profissional, atualmente a Série A3 do Paulistão.

O clube, fundado em 9 de novembro de 1920, jogou em 1961 e 1962 a ‘Terceirona’, mandando suas partidas no próprio bairro da Vila Arens, no estádio do Nacional Atlético Clube. Como comparação, nestes dois anos, o Paulista estava na Segunda Divisão, a atual Série A2 do Estadual. Mesmo não indo longe nos dois anos, o Ipiranga teve um resultado histórico: venceu o Gran São João, de Limeira, em casa, por 7 a 0. No período que foi profissional, o clube da Vila Arens enfrentou times que fizeram história no futebol do interior, como o Estrada de Sorocaba e o Ituano. No futebol amador da cidade, o Ipiranga é o terceiro clube com mais títulos na história. Foram oito no total. A agremiação foi a segunda a conquistar um título, em 1928. No ano seguinte, faturou o torneio novamente, sendo o primeiro bicampeão na história do município. O Ipiranga ainda foi campeão nos anos de 1933, 1934, 1956, 1958, 1959 e 1960. Portanto, um clube com muita história.

(Fonte/Imagem: Reprodução Tudo.com.vc)


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