USP tem três eleitos para a Academia Mundial de Ciências – TWAS
A Academia Mundial de Ciências (conhecida como TWAS, da sigla para The World Academy of Sciences divulgou neste mês a lista dos 36 novos membros que integrarão a associação científica a partir de 2020 e cinco são professores brasileiros de instituições públicas. Três deles são da USP: Célia Regina da Silva Garcia, Luisa Lina Villa e Edson Antonio Ticianelli.
A professora Célia Regina da Silva Garcia é docente do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, em São Paulo, desde 1995.
Célia foi indicada na área de biologia estrutural, celular e molecular por conta de suas pesquisas, que “fez novas contribuições para a compreensão dos sinais químicos que regulam o desenvolvimento do parasita da malária”, segundo a descrição da TWAS. A malária é uma doença transmitida através do mosquito Anopheles e pode levar à morte. De acordo com dados de 2015 da Organização Mundial da Saúde, a doença ocorre em 95 países.
Luisa Lina Villa foi eleita na área de sistemas biológicos e organismos. Ela é professora do Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em São Paulo, desde 2011. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico.
Com trabalhos voltados à pesquisa sobre a história natural da infecção por HPV, reconheceu que a infecção persistente e de alto risco é o fator principal que leva à neoplasia cervical em mulheres. As pesquisas de Luisa também contribuíram para a criação de vacinas profiláticas para homens.
Pelas relevantes contribuições na área de eletroquímica, o professor Edson Antonio Ticianelli, professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, foi eleito na TWAS. Ele é membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências.
Os trabalhos do professor envolvem os processos de oxidação de hidrogênio, redução de oxigênio célula e combustível, eletrizadores de água e redução de dióxido de carbono.
Brasileiros na Academia
A lista que foi divulgada no dia 10 de dezembro também contou com mais dois nomes brasileiros: Márcia Cristina Bernardes Barbosa, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Wilson Savino, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Márcia Barbosa desenvolve pesquisas no Instituto de Física da UFRGS. Ela contribuiu para entender o mecanismo por trás da alta mobilidade da água em condições extremas de temperatura e pressão, assim como quando está confinada em nanoestruturas ou nanotubos de carbono.
Ganhou o prêmio L’Oréal-Unesco Para Mulheres na Ciência na área de Ciências Físicas e o Prêmio Claudia na categoria Ciência, entre outros.
Wilson Savino é coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz. Foi reconhecido com o título de doutor Honoris Causa pela Universidade Sorbonne, na França. Suas pesquisas envolvem o entendimento da migração celular no sistema linfo-hematopoiético, migração e morte de linfócitos em doenças infecciosas, migração leucocitária em doenças autoimunes e transplante de órgãos, migração celular em leucemias e linfomas e imunoterapia, migração celular, terapia celular e em doenças neuromusculares.
Mais mulheres representadas
A TWAS escolhe cientistas filiados às academias nacionais de ciência. As pesquisas que desenvolvem devem contribuir para o desenvolvimento sustentável e para a redução dos danos do crescimento econômico ao meio ambiente. A cerimônia de posse ocorre no final de 2020, mas desde o 1º de janeiro eles já são integrados à comunidade.
Na eleição para 2020, 33% dos 36 pesquisadores são mulheres, marca até então nunca alcançada pela entidade.
Também passam a compor a organização no próximo ano cientistas da África do Sul, Argentina, Bangladesh, Canadá, China, Cingapura, Coreia do Sul, Egito, Índia, Irã, Japão, Nepal, Noruega, Quênia e Uganda.
(Fonte e imagens: Jornal da Universidade de São Paulo. Texto: Pedro Ezequiel)