Senado aprova projeto que proíbe venda de narguilé a crianças e adolescentes
O Senado aprovou nesta terça-feira (11) um projeto que proíbe a venda de acessórios ligados ao fumo a crianças e adolescentes. O texto do projeto lista narguilé, cachimbos, piteira e papel para enrolar cigarro. A proposta altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e foi apresentada pelo ex-deputado Antonio Bulhões (Republicanos-SP).
O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2018, mas precisará ser analisado novamente pelos deputados porque foi modificado pelo Senado.
Atualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe vender à criança e ao adolescente os seguintes produtos:
- armas, munições e explosivos;
- bebidas alcoólicas;
- produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
- fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
- revistas e publicações com material impróprio ou inadequado;
- bilhetes lotéricos.
O projeto aprovado nesta terça inclui na lista um novo item: “Produtos fumígenos e acessórios ou insumos utilizados em seu consumo, tais como cachimbo, narguilé, piteira e papel para enrolar cigarro”.
Originário da Índia, o narguilé é um equipamento no qual uma mistura de essência e tabaco é aquecida, e a fumaça gerada passa por um filtro com água até ser aspirada pelo usuário, por meio de uma mangueira.
A proposta diz ainda que o estabelecimento que vender cigarro, narguilé e outros acessórios ligados ao fumo a crianças e adolescentes estará sujeito a uma multa de R$ 3 mil a R$ 10 mil. Além disso, o comércio ficará interditado até o recolhimento da multa aplicada.
Iniciação ao cigarro
Relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o senador e ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB-SP) diz que o narguilé é um “precursor da iniciação ao consumo de cigarro”. “Os malefícios à saúde decorrentes do uso de produtos fumígenos diversos do cigarro convencional são inegáveis. Em uma sessão de narguilé, os participantes podem chegar a inalar quantidade de fumaça correspondente à de 150 cigarros”, afirmou.
Nelsinho Trad (PSD-MS), relator da proposta na Comissão de Direitos Humanos do Senado, ressalta que a legislação já proíbe a venda a menores de idade de produtos derivados do tabaco, uma vez que causam dependência. Mas, na avaliação do parlamentar, a proibição deve ser estendida aos itens ligados ao fumo.
“Para que essa restrição fique positivada na lei, uniformizando interpretações e servindo como mais um marco contra o tabaco entre crianças e adolescentes, consideramos adequado posicioná-la em norma legislativa”, afirmou Trad.
(Fonte: G1. Imagens: Agência Senado e Pixabay)