Pesquisadores brasileiros desenvolvem ‘novo coronavírus’ em laboratório
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram isolar e cultivar em laboratório uma amostra do Sars-CoV-2, nome do vírus que causa a doença Covid-19.
Os cientistas usaram o material retirado dos dois primeiros pacientes brasileiros diagnosticados com a doença e, depois, reproduziram o código genético.
Com isso, será possível enviar amostras inativas do vírus – ou seja, sem capacidade de infectar as células –, para outros centros de diagnóstico do país, que usarão o material para identificar a doença. A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp), que divulgou a informação nesta sexta-feira (6).
Até então, as amostras de vírus usadas nos testes diagnósticos vinham do exterior e custavam de R$ 12 mil a R$ 14 mil – o valor é elevado porque o material precisa ser transportado em gelo seco e, quanto mais distante, mais caro é o envio.
Como será o diagnóstico
As amostras com cerca de 1 ml de vírus inativado chegarão aos laboratórios do estados, que poderão fazer os testes em casos suspeitos.
De posse do material, os pesquisadores poderão extrair o ácido nucleico do vírus, que servirá de controle positivo para o exame na técnica conhecida como RT-PCR (reação da cadeia da polimerase em tempo real, na sigla em inglês). Segundo a agência Fapesp, isso permite aumentar em milhões o número de cópias do RNA do coronavírus, tornando possível detectá-lo e quantificá-lo em uma amostra clínica.
“O PCR permite fazer o diagnóstico em até quatro horas”, afirmou Edison Luiz Durigon, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e coordenador do projeto, em entrevista à agência Fapesp. “Mas ainda são poucos os laboratórios no país que têm o equipamento disponível”, disse.
Pesquisas em andamento
Para ampliar a capacidade de diagnosticar os casos suspeitos, os pesquisadores da USP seguem trabalhando em novas técnicas. Entre elas, está a análise por imunoflorescência, um método que permite observar micro-organismos usando corantes fluorescentes.
“Se conseguirmos validar um teste desse tipo específico para o coronavírus seria possível que outros laboratórios e hospitais, que não têm o equipamento para o exame por RT-PCR, também façam diagnóstico”, avaliou Durigon, segundo a agência.
(Fonte/Imagem: Site G1)