Governo anuncia ajuda de R$ 600 por três meses a trabalhador informal
O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (26) que o auxÃlio emergencial para os trabalhadores informais durante a pandemia do novo coronavÃrus será de R$ 600 por mês. O valor corresponde ao triplo informado inicialmente e será pago durante três meses.
“Aquela ajuda inicial para os informais, de R$ 200, que é muito pouco, conversei com Paulo Guedes, e ele resolveu triplicar esse valor”, afirmou o presidente durante sua live semanal transmitida no Facebook. O auxÃlio é voltado aos trabalhadores informais (sem carteira assinada), à s pessoas sem assistência social e à população que desistiu de procurar emprego.
A medida é uma forma de amparar as camadas mais vulneráveis à crise econômica causada pela disseminação da doença no Brasil, e o auxÃlio será distribuÃdo por meio de vouchers (cupons). De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de DomicÃlios ContÃnua (Pnad ContÃnua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE), a taxa de informalidade (trabalhadores sem carteira assinada ou empreendedores sem registro, por exemplo) atinge 41,1% da força de trabalho ocupada no paÃs.
O Ministério da Economia ainda não informou quanto esse novo valor do auxÃlio emergencial custará aos cofres públicos. Na época em que foi anunciado o voucher no valor de R$ 200, o ministro Paulo Guedes afirmou que o auxÃlio custaria, no total, R$ 15 bilhões. Os vouchers poderão ser retirados por pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento administrado pelo Ministério da Cidadania que identifica e caracteriza as famÃlias de baixa renda, desde que o interessado não receba nenhum benefÃcio social, como o Bolsa FamÃlia e o BenefÃcio de Prestação Continuada (BPC).
Isolamento
Durante a live, o presidente voltou a criticar as medidas que restringem o comércio e determinam o isolamento social generalizado. Para Bolsonaro, o paÃs deveria adotar o chamado “isolamento vertical”, em que ficam recolhidas somente as pessoas que fazem parte de grupo de risco, como idosos e população com doenças crônicas. “Essa neurose de fechar tudo não está dando certo. Para combater o vÃrus, estão matando o paciente”, afirmou.
O isolamento social e o cancelamento de eventos, shows, fechamento de museus, cinemas e restrição de serviços não essenciais estão entre as principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter o avanço do novo coronavÃrus.
Além de defender a flexibilização das medidas de isolamento, Bolsonaro alertou que cabe à s famÃlias cuidar da proteção das pessoas que estão no grupo de risco para a covid-19. Segundo ele, a letalidade da doença é baixa e não pode paralisar a economia.
“Para 90% da população, essa gripe é quase nada. [Para] quem tem menos de 40 anos, uma vez infectado, a chance de óbito é próxima a zero, de uma para cada 500 pessoas”, disse. “A primeira pessoa a se preocupar com o grupo de risco é você. Não é esperar que o governo faça, o governo está fazendo muita coisa, mas não pode fazer tudo que acham que o Estado pode fazer”, completou.
De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, divulgada nesta quinta-feira (26), o paÃs registra 2.915 casos confirmados de covid-19 e 77 mortes causadas pela doença. A taxa de letalidade é de 2,7%. Considerando um mês após o primeiro infectado, o Brasil fica atrás da China (213 mortes e 9.802 casos), mas à frente da Itália (29 mortes e 1.694 casos).
(Fonte: Agência Brasil. Imagem: Marcos Correa/PR)