Coronavírus: cinco razões para encontrar esperança em meio à crise
A pandemia do novo coronavírus trouxe tempos sombrios em todo o mundo. O número de infectados e mortos está aumentando. Cidades e países inteiros estão se isolando, e muitas pessoas estão sendo forçadas a ficar em casa. No entanto, em meio a todas as notícias preocupantes, também há razões para ter esperança.
1. Menos poluição
À medida que os países entraram em quarentena para combater a circulação do vírus, houve quedas significativas nos níveis de poluição. Tanto a China quanto o norte da Itália registraram grandes reduções no dióxido de nitrogênio, um forte poluente, em meio à menor atividade industrial e uso de carros.
Em Nova York, pesquisadores também disseram à BBC que os primeiros resultados mostraram que o monóxido de carbono, principalmente oriundo de carros, havia sido quase 50% menor em comparação com o ano passado. E, com as companhias aéreas cancelando voos em massa e milhões trabalhando em casa, espera-se que muitos outros países vejam esse tipo de redução.
2. Canais limpos
Em um resultado semelhante, os moradores de Veneza notaram uma grande melhoria na qualidade da água dos famosos canais da cidade. As ruas do popular destino turístico no norte da Itália esvaziaram-se em meio ao surto, levando a uma queda drástica no tráfego nesses canais, o que permitiu a sedimentação de fragmentos.
A água geralmente turva ficou tão clara que até peixes foram vistos.
3. Atos de bondade
Se por um lado há relatos de pessoas que foram às compras e chegaram a brigar por rolos de papel higiênico, por outro lado também vimos que a pandemia estimulou atos de bondade em todo o mundo. Dois moradores de Nova York, por exemplo, reuniram 1,3 mil voluntários em 72 horas para entregar mantimentos e remédios a idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade.
O Facebook disse que milhares de pessoas no Reino Unido se juntaram a grupos de apoio locais criados nesta crise, enquanto iniciativas semelhantes foram promovidas também no Canadá.
Supermercados na Austrália e no Brasil criaram uma “hora especial para idosos”, para que clientes mais velhos e portadores de deficiência tenham a chance de fazer as compras em paz.
As pessoas também doaram dinheiro, compartilharam receitas e ideias de exercícios, enviaram mensagens para idosos que se autoisolaram e transformaram empresas em centros de distribuição de alimentos.
4. União
Em meio ao isolamento, é fácil sentir-se desconectado de outras pessoas. Mas, como o vírus é um problema de todos, essa situação aproximou muitas comunidades ao redor do mundo.
Na Itália, com quarentena em todo o país, as pessoas se juntam em suas varandas para produzir músicas que animam o ambiente.
Um homem no sul da Espanha conduziu uma aula de ginástica a partir de uma laje no meio de um complexo de apartamentos. Os moradores acompanharam os exercícios de suas varandas.
Muitas pessoas aproveitaram a oportunidade para se reconectar com amigos e familiares por telefone ou vídeo, enquanto grupos de amigos organizaram sessões virtuais de festas por meio de aplicativos.
O vírus também destacou a importância dos profissionais de saúde e de outras pessoas que trabalham em serviços essenciais. Milhares de pessoas foram às suas janelas e sacadas e janelas para aplaudir os médicos e enfermeiros que combatem o vírus, enquanto estudantes de Medicina em Londres se ofereceram para ajudar os profissionais de saúde nas tarefas domésticas e de cuidados com as crianças.
5. Explosão de criatividade
Com milhões de pessoas isoladas, muitos estão aproveitando a oportunidade para estimular a criatividade. Os usuários de redes sociais compartilharam detalhes de seus novos hobbies, incluindo leitura, panificação, tricô e pintura.
A Biblioteca Pública de Washington, nos Estados Unidos, está entre os lugares que hospedam um clube do livro virtual. O famoso chef italiano Massimo Bottura lançou uma série do Instagram chamada Kitchen Quarantine e está ensinando receitas básicas para quem está em casa.
No Brasil, professores, especialistas e instrutores tentam usar o Instagram para transmitir aulas e oferecer atividades.Um professor de arte no Estado americano do Tennessee tem transmitido aulas ao vivo para crianças que estão fora da escola, inspirando-as a serem criativas em casa.
E enquanto muitos espaços públicos foram fechados, os fãs de arte podem aproveitar os passeios virtuais oferecidos pelas maiores galerias do mundo, observando as famosas pinturas do Louvre, em Paris, e as esculturas clássicas do museu do Vaticano.
O Sydney Observatory, da Austrália, ofereceu um passeio pelo céu noturno para pessoas presas em casa.
Músicos famosos, incluindo o vocalista do Coldplay, Chris Martin, e o cantor Keith Urban também estão transmitindo shows ao vivo para combater o tédio durante o isolamento.
(Fonte e imagem: BBC News)