Para driblar a saudade, netos visitam bisavó pelo portão da casa todo dia
Mesmo sem beijo e abraço, o maior gesto de amor dos pequenos Thomaz e Bia, de 9 e 4 anos, é o de apenas passar na frente da casa da “bisa”, em Itapetininga, São Paulo. Acostumados a frequentar a casa da dona Neusa todos os dias de manhã, depois da escola e aos domingos, os bisnetos têm compreendido a situação e respeitam o distanciamento social.
“A distância está sendo muito triste para os dois lados. No primeiro dia de distanciamento, fizemos a visita da foto e, todo mundo com nó na garganta, conversou através do portão. Isso para nós foi um sofrimento grande, porém necessário para preservar a vida dessa ‘bisa’ que tanto amamos”, conta Aline Goes, mãe de Bia e Thomaz.
Aline contou que a famÃlia visita a “bisa” praticamente todos os dias, e ela sempre pergunta se não querem entrar. Mas ela explicou para os filhos que a doença prejudica os idosos, e quem é mais jovem pode ficar doente sem nem saber. Por isso, agora os irmãos andam até com um mini álcool em gel “divertido”. “Em pleno século 21 temos que nos distanciar por conta de um inimigo invisÃvel que pode levar vidas embora se não tivermos cuidado, principalmente com a higiene das mãos e distanciamento social”, diz.
Aline afirma que o distanciamento social é um gesto de amor e que a famÃlia tem rezado para que a rotina normalize. “Meus filhos falam que assim que puderem, a primeira coisa que vão fazer é correr pra casa da bisa. Estamos mantendo esse distanciamento somente por amor.”