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Cientista social de Jundiaí conta um pouco da história do 1.º de maio

Publicada em 30/04/2020 às 18:16

Professor e cientistas social,  Samuel Vidili, um curitibano de 37 anos, “jundiaiense de coração”, falou com o TVTEC News sobre o 1.º de maio como data histórica. Recordou que tudo começou em 1886 quando  operários deram início a uma greve em Chicago (EUA), duramente reprimida pela força pública.

Professor e cientistas social,  Samuel Vidili, falou sobre o 1.º de maio

Para  Jundiaí dessa época, Samuel desenha um cenário de relativa desinformação sobre o ocorrido nos EUA. “Na verdade as notícias mal chegavam à cidade. A ferrovia sim (estava aqui desde 1867, sob a responsabilidade de técnicos ingleses), mas com um número pequeno ainda de imigrantes”, explica. ”

Segundo o professor, a massa dos imigrantes italianos chegou nas terras de Petronilha um par de anos depois em 1888. “A sua imensa e esmagadora maioria, nessa época, era de famílias muito pobres, de pessoas pouco politizadas, sofrendo com as muitas guerras que ocorreram na Itália”, completa.

CHICAGO

Samuel, voltando a relatar o episódio de Chicago, aponta que os manifestantes tinham como principal foco conquistar condições melhores de trabalho, principalmente a redução da jornada de trabalho diária – não havia uma legislação trabalhista clara – e alguns chegavam a trabalhar diariamente até por 17 horas.

Samuel lembra ainda que nessa manifestação houve confronto com policiais o que resultou em mortes, prisões, enforcamentos e até suicídio. “Dada a brutalidade do acontecimento, e como memorial dessa luta, essa data foi escolhida como Dia Internacional do Trabalhador”, informa.

O movimento lá nos EUA – conta Samuel – tinha “algum cunho socialista e com influência anarquista também”. “São movimentos muito próximos na teoria e na origem, até. Mas a questão estava menos na ideologia e mais nas péssimas condições de trabalho, na falta de uma justiça trabalhista e de sindicatos fortes que defendessem os interesses dos operários”, completa o cientista social.

Ele explica ainda que já havia também um esboço de Doutrina Social da Igreja na época,  não como se conhece hoje, com fundamento na Rerum Novarum, encíclica de Leão XIII, de 1891 – um dos maiores documentos da Igreja Católica, Apostólica, Romana.

“É um dos mais incompreendidos até hoje, mas muitos padres europeus já tinham se posicionado a favor, vejam vocês, dos que sofriam nas fábricas. Logicamente, nos EUA, esse movimento era muito menor, tratando-se de um país onde a imensa maioria é protestante”, pondera,

A data foi se consolidando com o avanço lento das legislações trabalhistas, especialmente depois da Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914, E se consolidaram na década de 1930. “No Brasil, foi Getúlio Vargas que impôs, em 1934, uma nova legislação trabalhista”, comenta Samuel. (PFJr)

(Imagem: Arquivo pessoal; Pixabay)


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