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70% que estão em home office querem continuar no pós-pandemia, diz estudo

Publicada em 28/07/2020 às 18:09

Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), mostra um grande potencial de expansão do trabalho em home office no Brasil depois que a pandemia de Covid-19 acabar. Dos 1.566 profissionais em home office ouvidos pelo estudo, realizado entre os dias 27 de maio e 6 de junho, 70% disseram que gostariam de continuar trabalhando em home office depois da pandemia; 19% disseram que não gostariam, e 11% são indiferentes. 

De acordo com pesquisa conduzida pela USP, uma minoria relata desejar voltar ao trabalho presencial depois da pandemia

Do total de pessoas, também 71% acredita que o trabalho em casa é uma possibilidade de aumentar a produtividade, precisão e qualidade; e 76% disseram concordar que o trabalho em home office é compatível com a convivência familiar.

Para um dos coordenadores do estudo, o professor da USP André Luiz Fischer, o isolamento “destravou” a migração do trabalho no escritório para casa. “Foram quebradas várias barreiras cognitivas que dificultavam essa mudança. Além disso, o isolamento provocou um aprendizado forçado e imediato de ferramentas que antes apenas conhecíamos como facilitadores de conversas e encontros virtuais sociais. Tornaram-se instrumentos de trabalho e deram certo”, destaca.

É como também avalia Gisela Costa Santana, que é sócia e coordenadora de conteúdo digital de uma agência publicitária em Jundiaí e também professora de Mídias Sociais. Entrevistada via Skype, ao vivo, pelo Boletim TVTEC desta terça-feira (28), ela conta como sua empresa, ao se adaptar às necessidades de isolamento social devido à pandemia de Covid-19, tem tido bons resultados mesmo sem as tradicionais “reuniões no escritório”. “Desde 2016 nós já tínhamos o hábito de intercalar alguns dias para trabalhar em casa, e assim que foi anunciada a pandemia, em março, já reunimos o time e propusemos o esquema de trabalho remoto. Separamos todos os nossos materiais de escritório, como mesas e cadeiras, para quem precisava, e sentimos que, com a possibilidade de fazer seus próprios horários, nossa equipe ficou mais motivada para trabalhar”, diz.

“Com a possibilidade de fazer seus próprios horários, nossa equipe ficou mais motivada para trabalhar”, diz publicitária jundiaiense em entrevista ao vivo no Boletim TVTEC

Além disso, segundo Gisela, o teletrabalho trouxe grandes mudanças à economia da empresa. “Economizamos bastante com despesas que tínhamos no escritório e pudemos, na contramão da realidade no País, contratar ainda mais na pandemia. Estamos trazendo gente nova para cá com entrevistas remotas.”

Rotina sem rotina

Para ela, o desafio de se encarar uma jornada de teletrabalho é não ter o “controle” da chefia por perto, o que, na verdade, acaba virando uma vantagem, em sua opinião. “O home office depende muito menos das regras da empresa e de ‘bater cartão’ e muito mais da própria rotina, que é focada em entregar resultados. E aí entra a flexibilidade de se poder fazer horários diferentes”, avalia.

E essa rotina, diz, é particular para cada um. “Tem gente que prefere começar o expediente mais cedo para ter mais silêncio na casa, ou mais tarde. Para mim, por exemplo, fazer pausas ao longo do dia para ir lá fora tomar um sol funciona muito, sem que eu fique ausente das minhas responsabilidades”, brinca.

E veio para ficar?

Ao serem pegas de surpresa pela pandemia, muitas empresa foram obrigadas a experimentar, na prática, o esquema de teletrabalho, para evitar as aglomerações dentro dos escritórios. “E como nunca haviam dado uma chance para essas mudanças, perceberam que é possível, sim, ser produtivo sem precisar que todos fiquem juntos no mesmo lugar”, diz Gisela.

Cultura que já é hábito em vários países, principalmente os europeus, o esquema menos rígido de responsabilidades profissionais também está sendo incorporado no Brasil e tornando-se o “novo normal” no mercado de trabalho, segundo a publicitária. “É um pensamento de gestores e de empresas que está em processo de transformação, e que deve continuar, para tirar o preconceito em torno do home office e poder aproveitar o melhor desse mundo, que tem pontos negativos mas muitos pontos positivos.”

(Imagens: Divulgação/ Reprodução Internet)


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