Copo da felicidade vira válvula de escape na pandemia
Para alguns, brigadeiro, morango, creme de leite ninho e brownie. Para outros, nutella, doce de leite, merengue e até pedacinhos de pão de mel. Opção é o que não falta na hora de escolher a nova febre da confeitaria brasileira: os famosos copos da felicidade que, tecnicamente, levam o nome de “verrine“, original de “verre”, ou seja, copo em francês.
O conceito de verrine surgiu da cozinha moderna, composta por copinhos pequenos e bem coloridos, servidos em entradas ou sobremesas. Além disso, contam com boa harmonia para que se possa deliciar comendo com uma colher. Diferente do bolo de pote, o copo da felicidade é um doce com camadas intercaladas, muito recheio e frutas misturadas, criando uma diversidade de sabores que alimenta não só o estômago, mas também os olhos.
Para a psicóloga Cibele Querino, a estética é sempre muito importante na escolha dos alimentos e esse é um dos pontos principais no copo da felicidade. “O doce traz ingredientes conhecidos de uma forma nova, tem uma bela apresentação e um nome especial que sugere a ideia de alegria, alÃvio e bem-estar no consumo”, e frisa que o consumo excessivo de açúcar não traz qualquer tipo de alÃvio para a ansiedade, exceto no momento da degustação.
E foi justamente nesse perÃodo em que o mundo enfrenta o CoronavÃrus, que a sobremesa entrou em cena. Dados da pesquisa ConVid, apontam que a ingestão de embutidos, congelados e doces aumentou após a pandemia. Para se ter uma ideia, entre jovens e adultos, na faixa de 18 a 29 anos, 63% estão consumindo doces ou chocolates duas vezes por semana ou mais.
A nutricionista Thais Barros explica que, ao consumir açúcar e outros carboidratos refinados, há a liberação rápida e abrupta de dopamina – aquela sensação de prazer e bem-estar. “Estamos vivendo um momento atÃpico de estresse elevado e ansiedade. Essas alterações emocionais levam o organismo a produzir de forma excessiva o hormônio Cortisol que, quando desregulado, aumento a vontade de comer doces e estimula a fome emocional”.
Fernanda Marcansolo é professora de ballet em Jundiaà e há dois meses começou a produzir a sobremesa na cidade e também percebeu esse aumento no consumo das guloseimas doces nesse perÃodo. “Procurei na internet e achei uma ótima sacada, principalmente agora em que as pessoas estão mais reclusas, ansiosas e ociosas. A procura por doce aumentou e muito”. E quando o assunto é o sabor favorito, Oreo sai na frente. “Trabalhamos com seis sabores, mas esse é o que mais sai. Lançamos um novo que leva um mini pudim em cima. Essa é a nova aposta!”.
Uma coisa é fato, a ideia do copinho é perfeita e bem criativa. Não há problemas em seu consumo, desde que a saúde esteja em dia e esse seja um ato consciente.
(Texto: Caroline Ferreira/Imagens: Divulgação)