Faculdade para 3ª idade se reinventa ao oferecer aulas virtuais para alunos de 80 a 90 anos

Publicada em 20/04/2021 às 15:18

A professora Daiane Ciarrocchi atuou por dez anos como docente na Faculdade Aberta da Terceira Idade (FATI), projeto que beneficiava cerca de 200 alunos com cursos variados e voltados à terceira idade e que funcionava no complexo da Faculdade Anhanguera.

Tudo corria bem até a chegada da pandemia. “Com a pandemia eu vi meus sonhos morrerem junto com o COVID, uma vez que ninguém acreditava que os alunos, em sua maioria idosa, iriam se adaptar ao formato online”, relembra Daiane, que temeu pelo fim do seu projeto e sonho. Foi então que a professora viu a necessidade de se adaptar para o método online. “Em março de 2020, houve a necessidade de adequação das nossas atividades, que até então eram 100% presenciais”, explica.

Com o “novo normal”, Daiane readequou as atividades da faculdade para o modelo online. Foram oferecidas aulas ao vivo e gravadas, o que possibilitava aos alunos acompanhar o ensino de qualquer local e horário.

Daiane Ciarrocchi é fundadora da NOVA FATI (Faculdade Aberta da Terceira Idade) e quase viu seu sonho morrer por conta da pandemia

Foi neste momento que a professora sentiu a necessidade de se especializar em cursos voltados para as redes sociais. Ela optou, então, pela mentoria para Instagram oferecida pela TVTEC. “Eu confesso que de tanto as pessoas dizerem que idoso não consegue usar as redes sociais eu já estava quase desistindo dessa ferramenta. Mas o Anderson (professor) me abriu os olhos para um mundo de possibilidades”, celebra.

E mesmo com muitos dizendo que os alunos não iriam se adaptar à maneira online, a professora não desistiu. “Não só eles se adaptaram como muitos preferem o conforto de casa para fazer as aulas. Sendo assim eu precisava mergulhar de cabeça nesse universo e encontrar uma forma de aprender como funciona”, diz.

Hoje, a faculdade recebe em suas aulas virtuais alunos de 80 a 90 anos. “Temos alunos que seguem gravando vídeos para o Instagram, fazendo dancinhas que levam conteúdo e democratizando a internet, como de fato ela deve ser, um lugar para todos”, ressalta.

Segundo o professor da TVTEC, Anderson Muller, um bilhão de usuários acessa o Instagram por mês e passa em média uma hora por dia no aplicativo. “Mas não basta estar no Instagram, o desafio, é usar a plataforma de forma estratégica”, lembra. “É muito gratificante acompanhar o desenvolvimento dos alunos e seus perfis”, comemora.

(Texto/Imagem: TVTEC)