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Plasma convalescente de quem já teve COVID-19 é utilizado para tratamento de pacientes com a doença

Publicada em 28/04/2021 às 09:08

O Instituto Butantan em São Paulo continua recrutando pessoas que já tiveram COVID-19 para doar o chamado “plasma convalescente”, a parte líquida do sangue rica em anticorpos neutralizantes, para ajudar no tratamento de pacientes com a doença.

O plasma convalescente pode ajudar a combater a COVID-19 em pacientes que estão atualmente com os sintomas da doença, enquanto o organismo desses pacientes desenvolve os próprios anticorpos. Ele contribui para acelerar o processo natural do corpo, conforme as diretrizes estabelecidas pela Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia.

“O plasma atua como coadjuvante no tratamento, já que não temos tratamento. O que temos de recurso é distanciamento, máscara e vacina”, diz a médica Maria Angélica de Camargo, que trabalha em um dos hemocentros parceiros do Butantan na coleta da substância.

Dois estudos piloto com o uso do plasma convalescente estão sendo realizados pelo Butantan em parceria com a prefeitura de Santos e de Araraquara. Em Araraquara, já estão prontas a estrutura e o fluxograma para o início do projeto, que acontece em parceria com a Unimed e a Unesp local.

Em Jundiaí, a doação de plasma deve ser realizada no Colsan, localizado na rua XV de Novembro, 1848 – Vila Municipal.

Como funciona a coleta
Para coletar o plasma, uma das técnicas utilizadas pelo instituto é a plasmaférese, que coleta o sangue, extrai o plasma convalescente em uma máquina e depois devolve ao doador as hemácias e elementos figurados, como plaquetas.

O processo demora cerca de uma hora, desde a triagem (que é a mesma de uma doação de sangue normal), a aferição de temperatura e pressão, a avaliação do acesso venoso e a coleta em si, que leva em torno de 40 minutos.

Na plasmaférese é utilizado somente um braço para a coleta, tanto para tirar o sangue, que é centrifugado na máquina para retirar o plasma, quando para devolver ao doador os componentes que não serão usados.

“A vantagem é que conseguimos coletar um volume maior de plasma e devolver todas as hemácias, diferente de uma doação de sangue normal, em que tudo é retirado. Isso impede a pessoa de doar plasma novamente em pouco tempo por conta da perda de glóbulos vermelhos”, explica Maria Angélica.

Além da plasmaférese, também existe a doação de plasma por meio da doação de sangue normal. Neste caso, as hemácias e elementos figurados são descartados pelos hemocentros.

Quem pode doar plasma convalescente
A doação do plasma só pode ser feita por quem já teve a COVID-19. Apenas homens podem se voluntariar para doar o plasma convalescente porque durante a gestação a mulher libera anticorpos na corrente sanguínea que podem causar uma reação grave chamada TRALI (transfusion-related acute lung injury) em que recebe a transfusão.

As regras para doar plasma são as mesmas seguidas para doar sangue: estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 kg, evitar alimentação gordurosa antes da doação e apresentar documento original com foto. Se além de ter tido a doença o doador já tiver sido vacinado, melhor ainda: os anticorpos são reforçados pela imunização.

O plasma convalescente é indicado para tratamento de pacientes que apresentam sintomas há, no máximo, 72 horas, e tem diagnóstico confirmado por exames. Segundo o instituto, os públicos-alvos do tratamento são os imunossuprimidos, idosos e pacientes com comorbidades.

(Fonte/Imagem: G1 Jundiaí)


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