Cemitério Nossa Senhora do Desterro: um local de memória para Jundiaí
Entrar em um cemitério nem sempre precisa ser sinônimo de luto. Há aqueles que frequentam o local apenas por curiosidade ou para apreciar as esculturas do local. E você? Já conhece o Cemitério Municipal Nossa Senhora do Desterro?
Segundo o cientista social Samuel Vidilli, este cemitério é o mais antigo da cidade. Ele foi construído em 1868. “Até 1857, as pessoas eram enterradas nas igrejas. Depois houve uma lei proibindo isso e com o aumento e a falta de espaço, então foi decidido que haveria cemitérios”, explica o cientista.
O Cemitério Municipal Nossa Senhora do Desterro foi construído, inicialmente na rua Leonardo Cavalcanti e depois ampliado até a avenida Henrique Andrés. Localizado no centro de Jundiaí, estão sepultadas naquele espaço mais de 100 mil pessoas.
Antes da pandemia, as pessoas frequentavam o cemitério para visitar os túmulos de pessoas famosas, algumas até mesmo para fazer pedidos e orações.
Entre algumas das personalidades famosas que estão enterradas lá, está o engenheiro da Companhia Paulista, Leonardo Cavalcanti. Cavalcanti não era de São Paulo, mas foi enterrado em Jundiaí. “Leonardo Cavalcanti foi um engenheiro da Companhia Paulista. Morreu muito jovem, acho que ele não tinha nem 30 anos. Ele morreu eletrocutado”, conta o cientista. De acordo com Samuel, a estátua que há em cima de seu túmulo seria de sua noiva que estava de casamento marcado com o engenheiro e, após sua morte, nunca mais se casou novamente.
Outra personalidade que também está enterrada lá é o doutor Domingos Anastácio. “Ele foi um bem feitor da cidade, um italiano que veio para cá. Não cobrava pelos atendimentos e criou, no fim das contas, o que seria, depois, a Casa de Saúde Domingos Anastácio, onde hoje fica o Hospital Regional”, lembra.
O cemitério conta com mais de 10 mil sepulturas, em estilo tradicional, que ocupam 48 quadras, em área de 82 mil metros quadrados. As sepulturas contam não só a história de pessoas, mas também a história da cidade de Jundiaí.
(Texto: TVTEC/Imagem: Jundiahy Antiga)
