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Ministério da Saúde ainda não distribuiu 3 milhões de vacinas da Janssen doadas pelos EUA

Publicada em 01/07/2021 às 09:36

As remessas com 3 milhões de doses da vacina da Janssen doadas pelos Estados Unidos ainda não foram totalmente distribuídas pelo Ministério da Saúde. As doses chegaram entre os dias 25 e 26, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda aguardava documentação da pasta para liberar as doses – o que só ocorreu na noite desta quarta-feira, 30. A demora foi criticada pelo governador de São Paulo, João Doria.

As vacinas chegaram ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, em duas remessas. A liberação das doses pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dependia do envio pelo ministério de documentação obrigatória. Para a maior carga (de 2.052.350 doses), recebida na manhã de sexta-feira (25), a documentação foi enviada no fim da tarde desta quarta-feira. As doses da carga menor já haviam sido liberadas pela Anvisa horas antes.

Após o desembarque, as cargas foram encaminhadas para o Centro de Distribuição Logístico do Ministério da Saúde, no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. “Foram desembaraçadas com prioridade pela Anvisa na mesma data em que chegaram ao País, sob compromisso do importador e fiel depositário da carga, que é o próprio Ministério da Saúde, de prestar as informações complementares necessárias previamente à distribuição das vacinas”, afirmou a agência em nota.

“A Anvisa havia autorizado o licenciamento de importação das duas cargas, sob termo de guarda e responsabilidade – procedimento no qual os insumos ficam armazenados no centro de logística do Ministério da Saúde, aguardando documentos complementares necessários para liberação definitiva e uso. Essa modalidade é convencional e depende, sempre, de peticionamento do importador”, acrescentou.

Segundo o Anvisa, os documentos necessários para liberação da carga são os mesmos exigidos para todos os produtos importados sujeitos à vigilância sanitária.

Mais cedo, antes do posicionamento oficial da Anvisa, o Ministério da Saúde havia afirmado que aguardava uma autorização da agência. “A expectativa é de que a liberação seja realizada ainda hoje (quarta) para que a distribuição (aos Estados) seja feita em até 48 horas”, alegou.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a ir ao local na sexta para receber parte das doses em conjunto com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman. Ele já havia declarado em outra ocasião que o fato de a vacina ser de dose única ajudaria o Brasil a avançar no programa de imunização.

Um comunicado de 12 de junho da pasta já apontava que, por se tratar de carga internacional, as vacinas precisam de liberação da Receita Federal e da Anvisa. A entrega das doses ao Brasil foi destacada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro em rede social no sábado. Na postagem, ele citou que as doses foram doadas pelos Estados Unidos.

Nesta quarta, Doria exigiu a “imediata liberação” pelo governo federal. “Até dá a impressão que o Ministério da Saúde não tem pressa. Nós temos”, declarou.

São Paulo espera receber 678 mil doses do total. “É muita vacina guardada na prateleira quando já deveria estar no braço dos brasileiros”, acrescentou Doria. “Ministro (da Saúde), nós pedimos que o senhor delibere e faça a gestão junto ao seu próprio ministério para que essas vacinas sejam liberadas.”

A situação também foi criticada pela coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização de São Paulo, Regiane de Paula, que lembrou que a vacina da Janssen é de dose única. “Nós temos pressa, nós temos urgência. E a nossa urgência é trabalhar 24 horas por dia, incluindo aos finais de semana se necessário for.”

As vacinas da Janssen que estão sendo aplicadas nesta semana no País são de outras remessas, compradas pelo governo federal, entregues em 22 de junho (1,5 milhão de doses) e 24 de junho (300 mil). O Brasil tem um contrato com a farmacêutica para receber 38 milhões de vacinas, número que não inclui a quantia doada pelo governo norte-americano.

Autorizadas para uso emergencial no País desde 31 de março, as vacinas da Janssen devem ser armazenadas em temperaturas de 2ºC a 8ºC. A validade inicialmente determinada pela Anvisa foi de três meses, prazo ampliado para 4 meses e meio após deliberação da Anvisa em junho, seguindo decisão semelhante feita pela agência dos Estados Unidos (Food and Drug Administration, a FDA). Quando armazenada em temperaturas de -25°C a -15°C, possui validade de 24 meses a partir da data de fabricação.

Em um comunicado deste mês, o ministério havia destacado que esta vacina “possui condições de armazenamento e transporte que permitem a distribuição dentro da infraestrutura e logística já existentes para medicamentos e vacinas no Brasil”. Segundo a pasta, “isso facilita o transporte logístico para todos os municípios do País”.

53% da população paulista adulta tomou ao menos uma dose da vacina
O governo Doria também anunciou nesta quarta que 53% da população paulista de 18 anos ou mais recebeu ao menos uma dose de uma das vacinas contra a doença autorizadas no País. Ao todo, 18% dos adultos tiveram a vacinação completa. Mais de 25 milhões de doses foram aplicadas no Estado.

O atual calendário estadual prevê a ampliação para a população de 35 a 39 anos entre 15 e 29 de julho e, ainda, para a de 30 a 34 anos de 30 de julho a 15 de agosto. Na sequência, será a vez daqueles de 25 a 29 anos (de 16 a 31 de agosto) e de 18 a 24 anos (de 1º. a 15 de setembro).

São Paulo tem 3.719.586 casos e 126.937 óbitos confirmados por covid-19, de acordo com o governo estadual. A taxa de ocupação é de 75,4% em UTI e de 69,5% em leitos de enfermaria 56,6%.

Na terça-feira, 29, Doria havia afirmado que o Estado discute a possibilidade de antecipar o calendário de vacinação contra a covid-19 com a chegada de novas doses do imunizante, porém afirmou nesta quarta que um eventual anúncio ocorrerá apenas em 7 de julho, mediante avaliação. Remessas de 1 milhão de doses prontas de Coronavac e de 528.840 mil da vacina fabricada pela Pfizer e a BioNTech desembarcaram em aeroportos de São Paulo na noite de terça-feira.

As datas da campanha de vacinação sofreram alterações nas últimas semanas. A capital paulista chegou a suspenser temporariamente a aplicação semana passada, por falta de doses.

A média móvel de novas internações relacionadas à covid-19 (calculada com base nos registros dos últimos sete dias) foi de 1.993 na terça-feira. Ela está em queda desde 12 de junho, quando era de 2.760. Ainda é, contudo, superior às taxas de fevereiro (foi de 1.454 em 15 de fevereiro, por exemplo) e de qualquer período de 2020 (o auge naquele ano foi de 1.972, em 16 de julho).

Já a terça-feira teve uma média móvel de 548 óbitos por dia. A taxa está em um momento de estabilização, mas em patamar ainda bastante superior às médias anteriores a março. Em 23 de fevereiro, por exemplo, ela foi de 214 mortes diárias. Além disso, é mais do que o dobro do recorde do ano passado (219, em 15 de setembro).

(Fonte: Estadão/Imagem: TVTEC)


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