Mês do Patrimônio destaca o Samba Paulista
Dentro da programação do Mês do Patrimônio Histórico e Cultural promovido pela Unidade de Gestão de Cultura (UGC), foi realizada na noite dessa terça-feira (10) a mesa redonda “Colóquio do Samba – homenagem ao Samba Paulista”, transmitida pelos canais da Cultura no Facebook e YouTube. Os convidados da noite foram a historiadora Ligia Nassif Conti, o sambista e sociólogo Tadeu Kaçula, o músico e professor da PUC/SP Amailton Magno Azevedo e, como mediador, William Paixão, ex-presidente da Liga Jundiaiense das Escolas de Samba.
Na abertura dos trabalhos, Ligia Conti falou sobre o descompasso existente entre os trabalhos de pesquisa e a fala dos sambistas paulistas, que merecia ser estudada. “Nos últimos dez anos, o samba paulista, que nasceu no interior, vem sendo pesquisado pois a sua riqueza é imensa. O samba sendo reconhecido como patrimônio de cultura imaterial nos possibilita definir o que ser preservado e divulgado, construindo assim a sua história”, comentou.
O sambista e sociólogo Tadeu Kaçula traçou a evolução do samba paulista trazendo para reflexão desde os batuques do interior paulista – jongo, tambu, o samba de bumbo -, a importância do trabalho de Dionísio Barbosa, fundador do Grupo Barra Funda, a influência do futebol de várzea na formação dos primeiros cordões carnavalescos, que deram origem a escolas de samba, passando pela oficialização do carnaval de rua de São Paulo, a construção do Sambódromo, palco do Carnaval Paulista e o ressurgimento dos blocos carnavalescos pelos diferentes bairros da cidade, chegando a reunir no centro da Capital mais de um milhão de pessoas.
Já o músico e professor Amailton Magno Azevedo abordou a arte, a música e a cultura negras, mostrando que o samba nasce das vivências negras já no contexto da urbanização, destacando a importância do compositor Geraldo Filme que em sua obra traz a sua história pessoal, que permitiu traçar a tradição histórica do samba de São Paulo.
Para o diretor do Departamento de Patrimônio Histórico da UGC, Elizeu Marcos Franco, a homenagem ao Samba Paulista mostrou a importância da preservação deste patrimônio cultural imaterial para as gerações futuras. “Quando falamos em patrimônio, surgem sempre as tradicionais perguntas: O que preservar? Como preservar? Por que preservar? E para quem preservar? Nesta noite nossos convidados nos deram todas essas respostas, garantindo aos mais novos e aqueles que nos sucederão o conhecimento sobre o Samba Paulista, sua história”, finalizou o diretor.
Assista à mesa-redonda:
(Fonte/Imagem: Prefeitura de Jundiaí)
