No Brasil, inflação atinge a maior taxa para janeiro em seis anos e chega a 10,38% em 12 meses
Puxada majoritariamente por alimentos, a inflação oficial no País subiu 0,54% em janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior variação para o mês desde 2016. Da alta de 0,54%, 0,23 ponto porcentual (p.p.) foi acrescentado pelo avanço de 1,11% no grupo Alimentação e Bebidas.
A inflação acumulada em 12 meses foi de 10,06% no período encerrado em dezembro para 10,38% no mês passado.
Frutas, carne e café moído
Segundo André Guedes, analista do IBGE, a alta na inflação de alimentos foi puxada pela alimentação em domicílio, especialmente porque a alta desses preços acelerou em janeiro ante dezembro. A alimentação em domicílio passou de alta de 0,79% em dezembro para 1,44% em janeiro. Os destaques foram os preços das frutas e das carnes, informou Guedes.
“Fatores climáticos influenciam na quantidade ofertada e na qualidade, influenciando nos preços”, disse Guedes, citando o excesso de chuvas no Sudeste e no Nordeste e a seca no Sul.
Conforme o IBGE, as frutas ficaram 3,40% mais caras e as carnes subiram 1,32%, puxando a inflação de alimentos, “embora tenham registrado altas menos intensas em relação ao mês anterior (8,60% e 1,38%, respectivamente)”. Sozinho, o item “carnes” acrescentou 0,04 ponto porcentual (p.p.) na variação agregada do IPCA de janeiro.
Já os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Segundo o IBGE, outros destaques foram a cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%). Na contramão, houve recuos nos preços do arroz (-2,66%), do frango inteiro (-0,85%) e do frango em pedaços (-0,71%).
A pressão da inflação de alimentos só não foi maior porque a alimentação fora do domicílio desacelerou de uma alta de 0,98% em dezembro de 2021 para um avanço de 0,25% em janeiro. A refeição passou de 1,08% em dezembro para 0,44% em janeiro, enquanto o lanche passou de 1,08% em dezembro para -0,41% em janeiro.
Artigos de residência e outros grupos
O setor de artigos de residência foi o que mais subiu em relação ao mês anterior, 1,82% influenciado pela aceleração de eletrodomésticos e equipamentos (2,86%), mobiliário (2,41%) e TV, som e informática (1,38%). Outros grupos que puxaram a alta foram os de vestuário (1,07%) e comunicação (1,05%). Por outro lado, o único grupo que recuou foi o de transportes, que caiu 0,11%.
(Fonte/Imagem: Estadão)