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Com falta de emprego formal, Brasil bate recorde de abertura de empresas em 2021

Publicada em 28/03/2022 às 15:54

Nunca houve tanta empresa nova no país como em 2021. Mais de 4 milhões de companhias estrearam no ano passado, um recorde da série iniciada em 1931, revela o Mapa de Empresas do Ministério da Economia. Isso representa um avanço de 20%, ou 670 mil novas empresas formais, em relação ao resultado de 2020.

“Por esses números, parece que o Brasil virou um celeiro de empreendedores”, afirma o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian. Os números a que ele faz referência são os da Serasa. A empresa também apura um indicador de nascimento de empresas cujos resultados são muito próximos dos dados do governo federal.

Mas, na avaliação de Rabi e do economista especializado em emprego Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, o que realmente vem impulsionando a abertura de empresas no País é a fraqueza do mercado de trabalho para gerar vagas formais, com carteira assinada.

Faz tempo que os brasileiros convivem com uma taxa de desemprego elevada. Desde de 2016, a desocupação tem ficado acima de 10% a cada trimestre, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro trimestre de 2021, beirou 15% e, de lá para cá, veio caindo. Mesmo assim, no trimestre encerrado em janeiro, o último dado disponível, o desemprego ficou em 11,2%.

Para Imaizumi, a dificuldade de encontrar um emprego formal e obter renda aparece não só na taxa de desemprego, mas nas marcas recordes de 12,5 milhões de trabalhadores no setor privado sem carteira e em 25 milhões que exercem atividades por conta própria. E parte dessas pessoas acabam virando empreendedores para sobreviver.

O avanço do “empreendedorismo de necessidade” é nítido tanto nos dados de abertura de empresas da Serasa como na pesquisa do governo federal. Em ambos os levantamentos, a maior parte das companhias abertas é de uma pessoa só ou, no máximo, com mais um funcionário.

De cada dez empresas que iniciaram atividades no ano passado, quase oito foram Microempreendedores Individuais (MEIs). É bom lembrar que essa modalidade de empresa teve também a abertura muito facilitada pela redução da burocracia, o que pode ter ajudado a engrossar esse movimento.

Os MEIs, cujo limite de faturamento anual é de R$ 81 mil, somaram 3,2 milhões de novos CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) no ano passado, segundo a Serasa.

(Fonte: Estadão/Imagem: TVTEC Jundiaí)


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