Hospital São Vicente faz captação de órgãos na madrugada desta terça-feira (2)
“Ele sempre foi um homem que se preocupou em fazer o bem em vida, então nós temos a certeza que ele está feliz com a decisão que nós tomamos, ele foi para nós o melhor pai do mundo”, conta Kamila de Moraes Paula, de 23 anos, filha de Osmar Messias de Paula, de 59 anos, que evoluiu para morte encefálica após um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A família autorizou a doação de órgãos para que outras vidas pudessem ser salvas.
A captação dos órgãos ocorreu na madrugada desta terça-feira (2), no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), em Jundiaí. Foram doados rins, que seguiram para o Hospital de Clínicas da Unicamp; fígado, destinado ao Hospital Regional de São José dos Campos; ossos dos membros inferiores, destinados ao Hospital de Marília; e córneas, que seguiram para o Banco de Olhos de Sorocaba.
De acordo com Kamila, a decisão da doação foi tomada em conjunto com sua mãe Maria Aparecida de Moraes e suas duas irmãs, Karen e Karoline. A família optou pela decisão por saber da importância que a ação tem na vida de outros pacientes que aguardam um transplante.
“Meu tio, irmão da minha mãe, vive há três anos à espera de um rim e meu pai que sempre o levava a São Paulo quando surgia um possível doador. Sempre eram chamadas três pessoas da fila, para verificar aquele que tinha maior compatibilidade… Ainda não chegou a vez do meu tio, que segue aguardando, mas por acompanhar tudo isso de perto, sabemos o quanto é importante decidir pela doação e, apesar da tristeza, poder dar esperança e salvar outras vidas. Meu pai também deixa um netinho, Dominique, e tenho certeza de que este é mais um dos bons exemplos que ele deixa para nossa família”, relata Kamila.
Atualmente, cerca de 49 mil pacientes aguardam por um transplante no Brasil. A família autorizou a divulgação dos nomes. Os órgãos seguiram em transporte rodoviário logo no início da manhã desta terça-feira (2), com destino às instituições citadas.
O Hospital São Vicente conta com uma Comissão Intra Hospitalar de Transplantes (CIHT), criada em 2008, responsável por acompanhar pacientes com confirmação de morte encefálica e dar todo o suporte para a família. A equipe tem diversos profissionais, incluindo assistente social, fisioterapeuta, psicólogos, médicos e enfermeiros.
Sob o comando da enfermeira Thais Fernanda Rocha Santos, a CIHT aciona a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) de São Paulo e garante todo o suporte às equipes médicas durante a captação e manutenção dos órgãos, até que sigam à instituição que fará o transplante. No ano de 2021, a CIHT viabilizou a captação de 73 órgãos, de 14 doadores.
(Fonte/Imagem: Assessoria Hospital São Vicente)