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Adolescente de Jundiaí está na final do Campeonato Brasileiro de Xadrez

Publicada em 29/08/2022 às 14:47

Com 14 anos, o jundiaiense Francisco Ferrari Pironti tem mais de um campeonato de xadrez ganho por ano de vida. Com 17 prêmios conquistados, o garoto coleciona troféus e medalhas e está a caminho da disputa mais importante do esporte no país: Francisco conquistou, no dia 21 de agosto, uma vaga na final do Campeonato Brasileiro de Xadrez.

“Fiquei muito feliz com a classificação. Joguei com adversários bem fortes. Consegui um empate com um mestre nacional, o Joaquim de Deus [de 61 anos]. Ele é uma lenda do xadrez”, comemora.
Neste campeonato específico, Francisco explica que jogou com pessoas de diversas categorias que envolvem várias faixas etárias. Em seis partidas, ganhou quatro delas, empatou uma e perdeu a outra.

Ainda sem data nem local definidos para a realização da edição do Campeonato Brasileiro de 2022, Francisco tem dois planos traçados além do branco e preto: conseguir patrocínio e ser um Grande Mestre no xadrez, um título internacional e vitalício dado aos melhores enxadristas do mundo.

Foto: Reprodução/Instagram Francisco Ferrari Pironti

Ócio no hospital virou paixão
“Eu sei os movimentos das peças do xadrez desde os quatro anos de idade. Foi o meu pai que me ensinou”, conta o enxadrista.

“Já sabia sobre o cavalo em L… peão anda uma casa, cavalo em diagonal, bispo também anda em diagonal, dama faz diagonal e reto… mas eu odiava xadrez”, diz Francisco.

O esporte ensinado pelo pai, Vicenti Pironti, quando Francisco ainda era um garotinho, ganhou um novo rumo em 2019. Em viagem de férias pela Alemanha para visitar familiares, Francisco teve um problema de saúde e precisou ficar internado em um quarto de hospital por duas semanas.

Para ocupar o tempo da recuperação, Francisco e o pai se uniram em volta do jogo de tabuleiro com uma magia diferente do passado. “Eu cheguei a passar o Ano Novo no hospital internado. E lá no hospital, meu pai que sempre gostou de xadrez, me fazia companhia com o jogo. Foi a partir daí que eu comecei a ganhar real interesse pelo xadrez”, relembra.

Francisco conta que se recuperou e, ao voltar para o Brasil em 2020, começou a se aprofundar no estudo do esporte e na prática do jogo. Isso se intensificou ainda mais com a chegada da pandemia. “Eu ficava o dia inteiro em casa sem ter o que fazer e aproveitei para me dedicar ao xadrez”.

No pacote do treino do competidor entraram estudo de aulas com Grandes Mestres, leitura de livros teóricos, disputas de partidas online com jogadores do mundo todo e presenciais com parceiros de Jundiaí.

Ainda em 2020, Francisco entrou para o clube Associação Jundiaiense de Enxadristas 13 de Agosto onde, atualmente, é considerado o Mesa 1 da equipe (ou o jogador de “mais peso” do time).

Jogadas para o futuro
“Eu quero sempre buscar ser melhor, tem muito chão ainda pela frente”, pondera Francisco.

O jogador afirma que não recebe dinheiro pelo clube que representa em Jundiaí e as premiações que conquista em termos financeiros nas competições, geralmente, não suprem as despesas que o garoto tem para poder estar presente nas disputas.

“Temos gastos com viagens, hospedagens, alimentação e outros valores. Eu vou com gosto, mas meu sonho é ter patrocínio para poder estar em mais torneios”, explica.
No ano passado, ele teve de fazer uma vaquinha virtual para arrecadar fundos e poder ir a um dos campeonatos que foi realizado em Cuiabá (MT). “Não consegui o valor todo que era necessário, mas ajudou bastante”, relembra.

Para provar o seu valor dentro do esporte além de Jundiaí e dos tabuleiros em campeonatos nacionais, Francisco quer levar suas peças para o mais alto nível possível.

“Minha meta de vida e no xadrez é me tornar um Grande Mestre. No Brasil, temos apenas 15 Grandes Mestres. Mas na minha idade não tem nenhum, só fora do país.”

Os jogadores recebem o título que é a ambição de Francisco pela Federação Internacional de Xadrez (FIDE), reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como a responsável pela organização do Xadrez e dos campeonatos internacionais em níveis continentais.

Esta honraria do xadrez prevê número mínimo de pontos com performance e outras normas técnicas especificadas em regulamento.

“Atualmente, tenho 1.600 pontos [também chamados de hating no xadrez]. Os Grandes Mestres precisam alcançar 2.500. Pretendo atingir minha meta a longo prazo, algo para quando eu tiver uns 20 anos de idade. Quero continuar bem dedicado, isso faz bastante diferença para qualquer jogador se destacar”, planeja o finalista jundiaiense ao Campeonato Brasileiro de Xadrez de 2022.

(Fonte: g1/Imagem: Reprodução/Instagram Francisco Ferrari Pironti)


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