PEAMA segue realizando sonhos e promovendo inclusão através de esporte
Idealizado e implantado em 1996, o Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas (PEAMA), da Unidade de Gestão de Esporte e Lazer (UGEL), tem como objetivo principal democratizar o acesso às atividades esportivas, e assim incluir pessoas com deficiência, utilizando o esporte como ferramenta. Pode parecer algo comum, mas, para os alunos, o simples fato de subir em uma bicicleta significa a realização de um sonho distante.
Foi assim com a aluna Jéssica do Nascimento, de 28 anos, com deficiência visual e auditiva desde pequena. “Foi aos 9 anos de idade que comecei a sentir as dificuldades por não enxergar direito, quando batia em algo ou caía por não saber onde estava pisando, mas só fui assumir minha deficiência para o mundo aos 25 anos”, comenta. “Conheci o PEAMA através de alguns amigos e antes disso não fazia ideia que um deficiente visual poderia sequer subir em uma bicicleta. Só o fato de conseguir ficar em cima da bicicleta estática, no começo, já foi uma vitória pra mim”, relata.
Jéssica frequenta as aulas do PEAMA há pouco mais de dois anos e hoje não se vê mais sem a prática do esporte. “A minha relação com o ciclismo foi de amor à primeira vista. Sinto uma gratidão muito grande, tanto pelos professores quanto pelos meus colegas. Hoje eles fazem parte da minha família”, diz. “Achei que praticar qualquer tipo de esporte não fosse para mim, mas eu estava errada. Tudo ficou mais fácil depois que aceitei minha condição. Quando estou pedalando me sinto livre e muito feliz”, completa.
O PEAMA atende não somente a jovens que possuem deficiência desde cedo, mas também aqueles que passaram a ter algum tipo de limitação ao longo da vida. É o caso do senhor Mário Silva Canos Jr., que era professor de inglês e sofreu um AVC, mas encontrou no ciclismo, na natação e no caiaque, uma maneira de voltar a sorrir.
“Conheci o PEAMA e iniciei as atividades há pouco mais de um ano. Aqui, me senti acolhido e todas as pessoas foram muito receptivas comigo, tanto os professores quanto os demais alunos. Sempre gostei de pedalar e, agora, consigo praticar esportes novamente, além de ter um ótimo relacionamento com todos”, comenta.
Seu Mário chegou a ficar sem andar após sair do hospital, mas nunca desistiu de retomar os movimentos e a atividade física. “Cheguei a pensar que nunca mais fosse voltar a andar ou a pedalar. Mas aqui, além de me recuperar, aprendi a nadar e a andar de caiaque. As aulas me dão ânimo durante a semana e os espaços que temos em Jundiaí, como o Parque da Cidade, são fantásticos, assim como os professores”, completa.
Inclusão
Para a pessoa com deficiência o esporte vai muito além do bem estar físico e mental, funciona muito mais como uma forma de inclusão social e de realização pessoal.
“Entendo que o esporte para a pessoa com deficiência acaba sendo uma grande ferramenta de inclusão, pois a partir do momento que ela se percebe na condição de participar de um esporte, tanto a pessoa quanto a sociedade entende que ela também é capaz de muitas outras coisas”, comenta César Munir, diretor do Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas há seis anos.
“O esporte acaba sendo uma porta de entrada para que a pessoa com deficiência volte à sociedade e faz com que ela entenda que pode a seguir com a sua vida, seja trabalhando, estudando ou se relacionando. Além da importância do esporte para a saúde e o bem-estar, ele serve também como uma forma de inclusão social e de superação de dificuldades”, finaliza.
(Fonte/Imagem: Prefeitura de Jundiaí)