VISAM promove capacitação sobre esporotricose felina para técnicos da região
A Vigilância em Saúde Ambiental (VISAM), órgão da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), promoveu na terça-feira (11) uma capacitação sobre esporotricose felina, no auditório do Parque da Cidade. Além de técnicos dos setores de zoonoses, de vigilância epidemiológica e de bem-estar animal dos municípios da Região Metropolitana de Jundiaí (RMJ) – formada por Cabreúva, Campo Limpo Paulista, Itupeva, Louveira, Jarinu e Várzea Paulista – e de cidades como Cajamar, Amparo e Itatiba, participaram veterinários da região.
A doença – considerada emergente – é causada por um fungo do gênero Sporothrix – encontrado em ambientes com acúmulo de material orgânico – e acomete os animais, mas principalmente os gatos a partir do contato com as substâncias contaminadas, podendo ser transmitida aos homens principalmente por meio de arranhões, mordidas ou contato direto com a pele lesionada dos felinos doentes. A notificação não é compulsória.
“É uma doença de contaminação ambiental. O fungo está circulando e os casos aumentando. Em São Paulo, o primeiro registro ocorreu em 2011. É fundamental que os setores se organizem tanto para o atendimento ao animal como aos homens. A rede tem que estar preparada com mapeamento básico e até com regramentos definidos”, ressaltou a assessora da Vigilância de Zoonoses da Coordenadoria da Região de Saúde Norte do Município de São Paulo, veterinária Verônica de Sá Rolim, convidada para falar sobre os protocolos adotados pela capital.
“Estamos sempre alertas ao cenário da região, compartilhando conhecimentos e nos antecipando para dar respostas rápidas. A experiência de São Paulo, que já tem transmissão faz algum tempo, vem para nos auxiliar no trabalho de prevenção e de controle aos casos”, esclarece o coordenador da VISAM, Luis Gustavo Grijota Nascimento.
Avaliação
Para a vice-presidente da Associação dos Médicos Veterinários de Jundiaí e região (AMVEJUR), Maria Cristina S. Reiter Timponi, o encontro foi positivo. “Essa reciclagem de conhecimentos é importante. É uma zoonose que vem aparecendo e é necessário falarmos sobre o tema e orientarmos os tutores dos pets. Certamente, as informações recebidas serão pulverizadas aos veterinários de toda nossa região”.
Em Jundiaí, até o momento, a VISAM registrou dois focos de esporotricose felina. Oito gatos portadores da zoonose foram encontrados em residências e colônias de felinos na região da Vila Nambi e do bairro do Retiro. Os locais foram vistoriados por equipes do órgão e do Departamento de Bem-Estar Animal (DEBEA) para identificação de animais suspeitos e orientação aos moradores. O Município não registra casos em humanos.
Orientações
Os sintomas da esporotricose felina aparecem após a inoculação do fungo na pele. O desenvolvimento da lesão inicial é bem similar a uma picada de inseto, podendo evoluir para cura espontânea. Em casos mais graves, as lesões avançam e se tornam extensas e profundas e que não cicatrizam, normalmente localizadas na cara e nas patas dos animais. Podem aparecer também tosse, espirros, respiração ruidosa e febre. Apesar de poder ser grave, a doença tem tratamento quando iniciado precocemente e feito de forma correta.
“Ressaltamos que os animais suspeitos não devem ser agredidos ou abandonados, já que são vítimas da doença e merecem atenção e cuidados dignos”, acrescenta Nascimento.
Em caso da identificação de um animal com lesões suspeitas, a pessoa deve contatar imediatamente a VISAM, pelos telefones (11) 4589-6340 e (11) 4589-6350, para verificação do animal.
Formas de prevenção
- Higienizar organizar o ambiente frequentemente, diminuindo a quantidade de material orgânico acumulado, tais como terra, madeiras, areia, palhas e espinhos de plantas;
- Castrar os gatos, principalmente os machos, reduzindo assim possíveis brigas e a disseminação da doença;
- Manter os animais domiciliados, sem acesso à rua;
- Usar luvas e lavar bem as mãos ao manusear terra, areia ou jardins.
(Fonte/Imagens: Prefeitura de Jundiaí)