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Rota Afro percorre a partir do Espaço Expressa marcos históricos da Cultura Negra em Jundiaí

Publicada em 27/11/2022 às 16:19

Dentro da programação do “Novembro Negro”, ação promovida pela Prefeitura de Jundiaí, por meio da Unidade de Gestão de Cultura e da Assessoria de Políticas para Igualdade Racial, ligada à Unidade de Gestão da Casa Civil, o domingo (27) teve uma das mais esperadas ações: a Rota Afro, com o Circuito da Memória da População Negra em Jundiaí, percorrendo ao longo do dia alguns dos principais marcos históricos da Cultura Negra na cidade.

O passeio foi realizado de ônibus, com mediação do mestre em Arquitetura e Urbanismo, Fabrício Forganes. O ponto de partida foi o Espaço Expressa, onde o ex-ferroviário Sebastião Lourenço, 81 anos, fez uma apresentação detalhada dos ambientes onde já atuou, fortalecendo a história da ferrovia.

O ponto de partida foi o Espaço Expressa, onde o ex-ferroviário Sebastião Lourenço, 81 anos, apresentou o local onde trabalhou

Com seu carisma, o paranaense Lourenço relatou fases marcantes da sua vida como jogador de futebol e depois como ferroviário em Jundiaí. Foram 15 anos de ferrovia, na seção de suprimentos de materiais, com a incumbência de repor peças das locomotivas. Morador em Jundiaí desde o final da década de 70, ele exaltou a alegria de apresentar aos participantes o local, agradecendo pelo convite e a presença de todos.

Trajetória de vencedor

“A ferrovia me permitiu ter a parte mais importante que um homem precisa para viver bem. Aqui fiz grandes amizades e construí minha família. Antes, porém, realizei o sonho que tinha desde garoto de ser jogador de futebol, defendendo na posição de goleiro clubes como Paulista e São Bento”, relatou Lourenço, que chegou a defender um gol de pênalti do craque Pelé, em 1971, fato que ele, com sua modéstia, só contou porque um dos participantes fez questão de lembrar.

Uma verdadeira viagem no tempo permitiu ao público participante materializar a memória da Cultura Negra na cidade

A visita percorreu também o Espaço África do Jardim Botânico, o Clube 28 de Setembro (com almoço), a Praça Ruy Barbosa e o Museu Histórico e Cultural Solar do Barão. Segundo o diretor do Departamento de Patrimônio Histórico, Elizeu Marcos Franco, o evento fez parte de uma série de atividades programadas neste mês para enaltecer a Cultura Negra em Jundiaí. “Com a Rota Afro, esperamos provocar a reflexão sobre lugares e fatos marcantes para a Cultura Negra em Jundiaí, dando visibilidade para a história e as memórias da população negra. Também esperamos despertar o interesse por pesquisas sobre o assunto, a partir do nosso Arquivo Histórico Municipal, produzindo conhecimento que tem importância não só para Jundiaí, mas para o Brasil como um todo.”

Memória materializada

Fabrício Forganes destacou o reconhecimento da contribuição da população negra na formação histórica de Jundiaí. “É uma cidade afro-indígena, muito antes da colonização italiana, memória que muitas vezes parece estar silenciada, mas está materializada. Existem lugares que já não existem mais, como a Igreja do Rosário dos Homens Pretos, nas proximidades do Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, por isso a inclusão no roteiro dos marcos que representam diversas épocas”.

Cecília e a mãe Andréa destacaram a importância de empoderar as etnias, que tecem a cultura local

A psicóloga Andréa Pereira, que mora em Jundiaí há cinco anos, acompanhou cada detalhe do evento junto com sua filha Cecília. “Esse movimento dá sentido ao processo histórico da cidade, nos permitindo saber como a população foi constituída. Jundiaí é tecida por essas etnias, empoderadas por projetos dessa magnitude”, avaliou Andréa. “A amplitude do espaço que habitamos impacta em nossa forma de viver”, complementou a filha Cecília.

(Fonte/ Imagem: Prefeitura de Jundiaí)


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