Cultura lança ‘Rota Afro’, com foco na preservação da Memória da População Negra
Em continuidade ao piloto realizado durante a programação do Novembro Negro do ano passado, a Unidade de Gestão de Cultura – UGC lançou o programa de educação patrimonial “Rota Afro – Circuito da Memória da População Negra em Jundiaí”.
A iniciativa consiste na visita monitorada, em grupo, a pontos marcantes da presença e resistência da população negra no Município. Com trajeto feito de ônibus, o grupo é acompanhado por equipe mediadora da UGC e é recebido nos pontos que compõem a Rota por elenco de artistas contratados, composto de atores, contadores de histórias e coletivos de Cultura.
A Rota Afro é uma realização da UGC, por meio dos Departamentos de Cultura e de Patrimônio Histórico. Para o diretor João Carlos De Luca “esta é mais uma oportunidade que a UGC cria para o trabalho dos artistas de Jundiaí, e neste caso, especialmente, dando protagonismo aos artistas negros”. Para o diretor Elizeu Marcos Franco, “o Departamento de Patrimônio Histórico vem trabalhando na perspectiva de, por meio da educação patrimonial, ampliar o conhecimento sobre o patrimônio cultural de Jundiaí, que não se resume apenas a edifícios históricos ou monumentais, mas também às pessoas e suas histórias, memórias e tradições.”
CONFIRA OS DETALHES DA ROTA AFRO
A direção artística do programa fica a cargo de Vive Almeida, que ressalta o ineditismo da iniciativa. “Esta é uma proposta pioneira da Prefeitura, que reúne um elenco com a maioria de atrizes e atores negros para desenvolverem um projeto juntos. E trata-se de uma diversidade não só de corpos, mas também de idades, a fim de garantir também a presença de artistas mais velhos”, comentou.
A visita
A visita é dividida em dois períodos. No primeiro, o início das atividades é no Espaço Expressa (antigo Complexo Fepasa), onde o grupo visita os locais onde ficavam as antigas oficinas das estradas de ferro e o Museu Ferroviário, e aprende sobre a importância da população negra na construção da ferrovia e nas transformações sociais de Jundiaí.
Na sequência, a Rota chega ao Jardim Botânico, onde os visitantes conhecem no Espaço África o canteiro com ervas aromáticas e os pés de baobás, que simbolizam o continente africano. E para encerrar a primeira etapa, o terceiro ponto visitado é o Clube 28 de Setembro, primeiro patrimônio imaterial registrado do Município, onde os visitantes conhecem o Salão de Festas Benedito de Paula e mais sobre a história de resistência e constituição do clube.
Já no segundo período, a visita segue pela região Central, passando pelas praças Ruy Barbosa e Marechal Floriano Peixoto (Praça do Coreto), onde os visitantes tomam conhecimento da história da igreja Nossa Senhora do Rosário, além de sua demolição e transferência de seu acervo para a igreja na rua Petronilha Antunes.
A visita é concluída em frente ao Museu Histórico e Cultural – Solar do Barão, ponto em que os visitantes ouvem relatos das vivências de Nhá Lau e Tia Custódia, mulheres escravizadas e que viveram até o início do século 20.
Formação
Com foco na formação, além das visitas, a Cultura tem promovido por meio da Rota Afro atividades para o elenco, servidores da Unidade e integrantes dos conselhos municipais, além dos educadores e alunos da Emeb Professor Carlos Foot Guimarães (Jardim Santa Gertrudes), da escola estadual Cecília Rolemberg Porto Guelli (Vila Rio Branco), do Centro Municipal de Educação de Jovens e Adultos (CMEJA), da Fatec Jundiaí e o Comitê das Crianças.
Um grupo do 2º ano do Ensino Médio da escola estadual foi um dos que já participaram. Durante a etapa da visita no Jardim Botânico, a estudante Shayane Franco, de 16 anos, além de conhecer mais sobre a História, teve contato com as maracas, que são instrumentos típicos africanos.
“Para mim foi uma oportunidade que a escola e a Prefeitura deram para que eu aprendesse mais sobre a cidade. Aqui ao Jardim Botânico eu só tinha vindo a passeio e lá no Expressa eu conhecia só o Poupatempo. Não sabia que era um centro cultural. O passado e a memória nos ensinam muito, principalmente em como viver o presente e conduzir o passado. Por isso é muito importante momentos como este, que nos ajudam a revisitá-los”, comentou a estudante.
Mais Rota Afro
A próxima edição da Rota Afro está programada para o dia 13 de maio (sábado), com realização entre as 8h e 16h, com pausa para o almoço. As inscrições para interessados estão abertas, por meio de formulário on-line, para 40 vagas.
(Fonte/Imagem: Prefeitura de Jundiaí)