Volta às aulas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é marcada por histórias de superação
Assim como em toda a rede municipal de ensino, o ano letivo de 2024 também começou para os mais de 1700 alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). No Complexo Argos, onde fica o Centro Municipal de Educação de Jovens e Adultos (CMEJA) Professor Dr. André Franco Montoro, o retorno aos estudos tem uma dose a mais de interesse pelo conhecimento, marcado sempre por histórias interessantes de vida e de superação.
Uma delas é a da Joelma Gonçalves, de 39 anos, que é surda e precisou interromper os estudos na adolescência. “Estudei até quando pude, até quando tinha alguém para me acompanhar na escola. Depois precisei parar. Voltei agora, pois gosto de aprender, de estudar, e conto com o apoio da intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) Ana Paula Daroz. Aqui os professores são bons e atenciosos. Eu me sinto incluída”, comentou moradora da Ponte São João, que há 15 anos trabalha na produção de uma empresa de torrefação de café.
Já Adejailma dos Santos, de 58 anos, teve, por algumas vezes, de interromper seus estudos, por conta de uma separação, a necessidade de trabalhar para garantir o sustento dos filhos e ainda devido a uma doença na traqueia. “Eu já sou aposentada, mas continuo trabalhando como auxiliar de escritório de uma empresa. Voltar sempre é muito difícil, mas aqui me sinto acolhida, em casa”, comentou a pernambucana, que desde os seis anos mora em Jundiaí e atualmente reside na vila Santana.
Outra história de superação é a do Anderson Odorico, de 40 anos, que tem comprometimento em sua coordenação motora. “Eu nunca tinha estudado, pois nunca tinha encontrado um lugar qualificado como aqui. Meus pais tentaram me levar para a escola, mas como eu me sentia excluído, eu estava piorando em vez de melhorar. Mas aqui eu me sinto incluído. Tenho dificuldades, mas os professores são rápidos para identificar os problemas e me ajudar. Sem contar que conto também com a ajuda dos colegas”, comemorou o aluno do 7º ano.
A gestora de Educação, Vastí Ferrari Marques, reforça a importância do espaço para a ressignificação das vidas. “Além de ser um espaço extremamente acolhedor, de convivência e aprendizagens, o CMEJA traz para seus estudantes uma oportunidade de resgate de autoestima e de ascensão e progresso pessoais, fundamentais para a ressignificação de suas vidas. Contamos ainda com professores qualificados e uma equipe gestora que atua no planejamento para que estudantes se sintam verdadeiramente cidadãos do mundo e possam desenvolver suas potencialidades através de atividades, sejam elas presenciais ou semipresenciais, dando oportunidades nos diversos formatos de desenvolvimento educacional.”
Mais CMEJA
Além do CMEJA no Complexo Argos (acesso pela avenida Dr. Cavalcanti, 396 ou pela rua José do Patrocínio, 200), o serviço também é oferecido em dois núcleos descentralizados, um na Pracinha da Cultura do Vista Alegre (rua Cabo Edvaldo Quirino Santana, s/n) e outro no Vetor Oeste, na Emeb Ivo de Bona (rua Francisco Roveri, 505 – Almerinda Chaves).
As inscrições para os interessados seguem abertas ao longo do ano, tanto pelo site da Prefeitura, quanto na secretaria da unidade escolar do Complexo Argos e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h.
Podem se inscrever interessados com, no mínimo, 15 anos completos para o Ensino Fundamental I (de 1º a 5º ano) ou Ensino Fundamental II (de 6º ao 9º ano), e 18 anos completos para o Ensino Médio.
Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 4587-3518 e 4526-6230.
Fonte / Imagem: Prefeitura de Jundiaí