Jovens do ‘Ressignificando histórias’ compartilham experiências com o projeto
Numa iniciativa intersetorial das Unidades de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS) e de Cultura (UGC), o projeto “Ressignificando Histórias” continua impactando a vida de jovens atendidos pelos serviços da rede socioassistencial do Município.
Com início em agosto do ano passado, o projeto segue com esta turma até o próximo mês de julho, com cerca de 20 jovens atendidos por serviços da rede socioassistencial, entre 15 e 16 anos. A carga horária semanal é de nove horas, cumprida três vezes por semana – às terças, quartas e quintas-feiras -, na Biblioteca Municipal Professor Nelson Foot e no Arquivo Histórico. Os grupos participam ainda de oficinas temáticas de formação para o mundo do trabalho, mediadas pela Divisão de Inclusão Produtiva e Qualificação Profissional da UGADS.
O gestor de Cultura, Marcelo Peroni, explica a intersetorialidade da iniciativa. “Vale destacar que a atuação dos jovens nos equipamentos culturais visa garantir o acesso deles a um espaço público, que precisa ser ocupado pelas pessoas, além do repertório e conhecimentos mais variados. Na Biblioteca, eles atuam na higienização de acervo, conferência de prateleiras, apoio no atendimento do balcão, auxílio na logística de empréstimos, acompanhamento de atividades no auditório e organização do espaço para bebês e da gibiteca. Já no Arquivo Histórico, as atividades desenvolvidas são a digitalização, catalogação e higienização dos acervos.”
A Rayka Gonçalves, de 15 anos, é uma das jovens que atuam na Biblioteca, espaço cultural que ela visitou pela primeira vez quando ingressou no projeto. “Jamais imaginei fazer o que estou fazendo, mas assim que me chamaram, eu pensei que deveria agarrar esta oportunidade. Trato o livro com muito cuidado, para que quem for emprestá-lo veja as suas boas condições e sinta vontade de voltar aqui”, comentou a jovem moradora do jardim Sorocabana e que já investiu uma parte do valor pago pelo projeto para fazer um curso de design de cílios e sobrancelha.
O morador do Residencial Videiras Lucas Daniel, de 16 anos, também faz parte do grupo da Biblioteca. “Tenho encarado o projeto como um primeiro grande passo, uma base para eu conhecer como funciona um lugar de trabalho. Isso vai contribuir para a minha carreira, se eu quiser assumir uma posição de liderança. De todas as atividades, minha preferida é ajudar no balcão, pois assim também me comunico e tenho contato com o público”, comentou Lucas, que pretende usar o dinheiro que receber para fazer um curso na área de Tecnologia da Informação.
Já no Arquivo Histórico, uma das integrantes do grupo é a Kamilly Dias, moradora do Jardim São Camilo. “Eu nunca tinha vindo aqui ao Espaço Expressa e quando cheguei no primeiro dia jamais imaginei que havia um arquivo com tantos documentos e que eu iria manusear um dos anos 1700. Por isso é importante preservar, para que as pessoas do futuro possam ver depois. Além de eu estar aprendendo bastante e poder ter a sensação de que estou ganhando o meu próprio dinheiro, começando a conquistar a minha autonomia”, comentou a participante de 14 anos.
Outro jovem no grupo é o William Nogueira, também de 14 anos e morador do Almerinda Chaves. “Quero trabalhar com Moda e Alfaiataria, e certamente o que estou aprendendo com gerenciamento de papeis e arquivos, de informática e da dinâmica do mundo do trabalho usarei em qualquer emprego. Quando eu pego um documento antigo na mão, eu tento decifrar o que está escrito e dá para entender algumas palavras”, comenta o jovem, sobre os desafios da paleografia.
Os participantes recebem, via Fundo Municipal do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), bolsa mensal no valor de R$ 500, além de vale transporte e lanche disponibilizados pela Prefeitura.
Fonte: Prefeitura de Jundiaí