Caminhadas mediadas por patrimônios de Jundiaí revisitam memórias do Município
O Centro Histórico virou sala de aula na tarde da última quarta-feira (17) para um grupo de alunos do Centro Municipal de Educação de Jovens e Adultos (CMEJA), que participou da caminhada “Arquitetura Sacra: do Período Colonial ao início da República”. A iniciativa é um dos roteiros a pé mediados por bens culturais da cidade, iniciativa da Unidade de Gestão de Cultura (UGC) com foco na Educação, preservação e proteção patrimoniais.
Acompanhado pela equipe do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) da UGC, o grupo visitou igrejas localizadas no Centro Histórico, como a Catedral Nossa Senhora do Desterro e o Mosteiro de São Bento, analisando diversos aspectos arquitetônicos e históricos, desde as fachadas, até as vias de ligação e os interiores dos edifícios.
“Além dos diversos aspectos abordados, como os sociais, religiosos, históricos, econômicos e turísticos, as caminhadas mediadas promovidas pela Cultura têm como foco principal relacionar todos esses temas com a preservação do patrimônio, a democratização do conhecimento e o incentivo à apropriação pela população das memórias do passado”, comentou o diretor do DPH, Elizeu Marcos Franco.
A visita à Catedral iniciou-se ainda na Praça Governador Pedro de Toledo, para a observação da fachada. No interior da igreja, o grupo percorreu diversos pontos da nave central, podendo analisar as pinturas do italiano Arnaldo Mecozzi, realizadas na década de 1920, além de analisar aspectos da Arquitetura vinculados às transformações, ao longo dos séculos, tanto de Jundiaí, quanto da Igreja Católica, como a sua última grande reforma pelo Concílio Vaticano II (1962-65).
O grupo também percorreu outros espaços da igreja Matriz de Jundiaí não acessados pelo público em geral, como a Sacristia, o altar principal – onde os participantes aprenderam mais sobre a padroeira, Nossa Senhora do Desterro -, além da Cripta e o Memorial dedicado a Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, primeiro Bispo da Diocese de Jundiaí e que se encontra em processo de canonização.
Em seguida, o grupo caminhou a pé até o Mosteiro de São Bento e igreja de Sant’Anna, onde foi recebido pelo capelão Dom Dionísio Calheiros. Localizado em frente ao Fórum, o Mosteiro foi construído em terras doadas pelo casal Estácio Ferreira e Violante Jorge aos Beneditinos, tendo sido fundado em 26 de janeiro de 1668. Entre os diversos pontos admirados pelo grupo, Dom Dionísio reservou um momento especial para a observação do altar, que chegou a Jundiaí em 1911. Originário da missão na aldeia de Pinheiros – atual Largo da Batata, em São Paulo -, o altar foi transferido para os Beneditinos quando da expulsão dos Jesuítas do País e instalado, antes de vir a Jundiaí, na sacristia do Mosteiro da capital.
Uma das participantes foi a estudante Rosane Francisco, que atualmente cursa o 1º ano do Ensino Médio. Apesar de passar com frequência pelo Centro, esta foi a primeira vez que ela visitou a Catedral e o Mosteiro. “Sempre passo por aqui, mas, apesar da curiosidade, nunca tinha conseguido parar para visitar. Achei tudo muito bonito e rico em detalhes, principalmente os vitrais, que, além de iluminar e embelezar, são obras de arte e contam uma história. Visitas como esta servem para que as pessoas conheçam e difundam conhecimentos, trazendo-os do passado para o presente e futuro.”
O grupo contou ainda com as participações dos educadores das disciplinas de História e Artes do CMEJA, que fica no Complexo Argos e é vinculado à Unidade de Gestão de Educação (UGE).
Mais vivências
Além da caminhada da ‘Arquitetura Sacra’, também fazem parte da programação de atividades as caminhadas “Centro Histórico – Patrimônios Culturais da Colina”, “Vila Arens e a Industrialização”, e do “Espaço Expressa – Arqueologia das antigas Oficinas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro”, além da “Rota Afro – Circuito da Memória da População Negra em Jundiaí”. As inscrições para participação de interessados seguem abertas no site da Cultura.
Fonte / Imagem: Prefeitura de Jundiaí