13º salário: como usar a seu favor para garantir um começo de ano tranquilo
O Brasil possuía aproximadamente 79,1 milhões de endividados em setembro desse ano segundo o Mapa da Inadimplência da Serasa
O 13º salário foi instituído no Brasil em 13 de julho de 1962, durante o governo de João Goulart, pela Lei nº 4.090. A gratificação foi criada para auxiliar os trabalhadores com os gastos do fim de ano, como presentes de Natal e outras despesas, e se tornou uma conquista trabalhista fundamental.
Atualmente a primeira parcela deve ser paga até 30 de novembro e esse ano como cai em um domingo, o pagamento deve ocorrer até sexta-feira, dia 28 de novembro, que coincide com a Black Friday, data em que o comércio oferece diversas promoções, principalmente junto ao comércio eletrônico. Muitas empresas, no entanto, optam por antecipar o valor junto às férias, mas a data-limite é o fim de novembro. Já a segunda parcela: deve ser paga até 20 de dezembro.
O décimo terceiro salário é visto por muitos trabalhadores como um dinheiro extra que facilita as contas do final do ano. Porém, para especialistas, esse pagamento deve ser encarado como parte do orçamento anual, focando em estratégias específicas para não começar o ano seguinte com dívidas.
Como usar de forma inteligente o 13º
De acordo com Pedro Braggio, consultor financeiro e professor de graduação e pós-graduação nas áreas de finanças e empreendedorismo. Idealizador e desenvolvedor do Método e Sistema de Reeducação Financeira Familiar e Empresarial o 13º salário é um benefício muito importante para os trabalhadores e, normalmente, chega em um momento estratégico do ano — justamente quando se aproximam o Natal e o Réveillon.
No entanto, infelizmente, segundo o consultor a grande maioria das pessoas não utiliza esse dinheiro da maneira correta. Muitos já estão endividados e, ao receber o benefício, acabam gastando por impulso, influenciados pelo clima festivo, pelas promoções e pela ideia de “merecimento” que essa época costuma trazer.
Por isso, explicou Braggio é fundamental entender que o 13º não deve ser encarado apenas como um extra, mas sim como uma oportunidade de reorganizar a vida financeira, quitar dívidas, criar uma reserva ou planejar com consciência o fim do ano.
“Usar esse benefício de forma estratégica é o que realmente faz diferença. Não é apenas receber — é saber aproveitar da melhor maneira possível. Antes de comprar qualquer coisa ou de pagar uma dívida, é fundamental pensar com calma. O 13º salário é uma oportunidade valiosa, mas somente quem planeja consegue aproveitar esse dinheiro de forma inteligente”, observou.
Principais providências
Se o trabalhador tem dívidas, Pedro Braggio salientou que o ideal é negociá-las antes de pagar, buscando descontos, condições melhores ou até a possibilidade de quitar tudo à vista com o valor recebido. Negociar primeiro é o que garante uma liquidação efetiva, sem desperdício. Além disso, é importante lembrar que o 13º não serve apenas para o fim do ano. “No começo do próximo ano chegam obrigações que pesam bastante no orçamento, como IPTU, IPVA, matrícula escolar, uniforme e material das crianças. Ignorar esses compromissos é repetir o ciclo de aperto financeiro logo em janeiro.”
Pedro Braggio, consultor financeiro
Outro destaque é essencial entender qual é o valor total do 13º e dividir esse dinheiro em blocos, destinando uma parte para dívidas negociadas, outra para despesas de início de ano e, se possível, uma parcela para reserva financeira ou planejamento pessoal. Usar o 13º com estratégia não é apenas gastar: é garantir mais tranquilidade para os próximos meses.
O 13º trabalhando a seu favor
O 13º salário deveria servir como um recurso para se programar tanto para o final do ano quanto para o início do próximo. Seria o momento ideal para organizar as festas, planejar viagens, quitar impostos e começar o ano com mais tranquilidade.
No entanto, como a maioria das pessoas não possui educação financeira, esse dinheiro acaba vindo para tapar buracos acumulados ao longo do ano. “É comum usar o 13º para cobrir o cheque especial, pagar faturas de cartão de crédito atrasadas, acertar dívidas com parentes ou regularizar a conta corrente. O que deveria ser planejamento se transforma em apagamento de incêndios financeiros”, disse o consultor.
Por isso, uma dica fundamental é compreender que o planejamento não começa em dezembro: ele começa em janeiro. É ao longo do ano que se deve organizar o orçamento, controlar gastos e criar pequenas reservas para evitar chegar ao fim do ano dependente do 13º para quitar dívidas ou resolver emergências.
Quando existe planejamento, o 13º deixa de ser um “salvador” e passa a ser um reforço financeiro para aproveitar bem as festas, programar o início do ano e investir em tranquilidade.
4 dicas de como usar o seu décimo terceiro com planejamento
- Quite dívidas com juros altos primeiro.
- Organize as contas fixas do início do ano.
- Reserve uma parte para emergências.
- Planeje compras e desejos com consciência.
Redação TVTEC
